tag:blogger.com,1999:blog-49857822975952939292024-02-20T15:45:09.863-03:00A renúncia é o maior aprendizado Luiz Fernando Hansen Um professor com alma de alunoLuiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.comBlogger173125tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-22489642458496833742024-01-23T12:26:00.000-03:002024-01-23T12:26:21.715-03:00Respostas se constroem devagar.<p style="text-align: justify;"> <span> </span><span style="font-family: georgia;">Ainda impactado pelo maravilhoso encontro que tive com a minha falecida prima Luciane, mais um encontro estava preparado para mim. Talvez tenha sido para explicar ou responder aos meus questionamentos. Nesse novo encontro, a minha tia Hilda me convidava para conhecer a linda casa que ela estava arrumando. Que casa linda, iluminada e cheia de flores, muito diferente de como se encontra a casa agora, segundo relatos. Eu andei por uma casa onde senti a presença dos meus pais, tios, tias e primos que já se foram. Ouvia vozes, mas não consegui identificar o que estavam conversando. Foi bom acompanhar a orgulhosa e sorridente tia no "tour" pela cheirosa casa, cheia de lembranças.<span> </span></span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span>Depois saí para a servidão, olhei para o portão no fundo e vi a querida tia Dulce correndo em minha direção com os braços abertos! Fiz o mesmo e nos abraçamos, foi quando ela disse que tinha saudades, mas só dava para falar comigo. Certamente deve ter ficado feliz em ver que depois de décadas de ressentimento e distância, entrei na casa dela e voltei a falar com uma de suas filhas, também minha prima. Ainda é cedo para superar o hiato deixado, mas o reencontro me pareceu sincero. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span>O abraço forte e os beijos foram tão reais que acabei acordando no melhor da festa, isto é, do nosso encontro. E o que mais surpreendeu: me chamava de Lutiano! Só ela me chamava assim! A noite foi repleta de pequenos sonhos, mas só consegui lembrar dos encontros e do conforto que eles trazem para minha alma.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span>Nunca poderia imaginar viver essas experiências tão reais um dia! Os Santos Mestres que me acompanham sabem do caminho que escolhi para viver a minha espiritualidade e a expansão de consciência. Talvez seja por isso que sempre que podem sabotam o meu cetiscismo.</span></p><p style="text-align: justify;"><span><span style="font-family: georgia;"> Cada um tem a sua própria história, cada um conhece a sua própria dor. Não permita jamais a ninguém julgar o teu caminho. Porque somente você sabe bem quanta força foi necessária para levantar e continuar caminhando. </span><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><span> </span><br /></p>Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-11956263470116909862023-07-31T19:50:00.003-03:002023-07-31T19:50:38.320-03:00Sinfonia do Despertar (2006)<p> <span style="font-family: "trebuchet ms";">Não dá para fazer de conta que não ouço....a orquestra de sabiás-laranjeiras, macucos, cambaxirras, andorinhas, bicos-de-lacre, cardeais, canários da terra dentre outros que ainda não consegui identificar. Essa orquestra sinfônica me acorda todo dia por volta das 5:30 da manhã, obrigando-me a levantar e ir até a janela da sala, por muitas vezes. O silêncio profundo da manhã é varrido por todos esses cantos. Nenhum outro som consegue superá-los.</span></p><br /><div align="justify"><span style="font-family: Trebuchet MS;">E ao longo de todo dia, consigo ouvir esses cantos, que vão se misturando ao som de crianças brincando, adultos conversando e de automóveis percorrendo o condomínio.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family: Trebuchet MS;">E ao cair da tarde, quase 12 horas depois, a 2a. parte da apresentação se inicia, mas apenas as sabiás tem força para cantar e ser ouvidas. Eu creio que os outros passarinhos continuam cantando, mas por um tempo menor, considerando que a noite não tarda a chegar.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Mas no sábado, ao sair da casa de meus pais, pude ver e ouvir uma sabiá-laranjeira com um canto especial e diferente. Posicionada na cumeeira de um telhado, bem na minha frente, obrigou-me a parar. À medida que eu ficava mais admirado, ela arrepiava as penas do seu peito amarelado como se quisesse cantar mais alto. Ela dobrava o som a ponto de ecoar nas paredes e telhados próximos. Não foi um canto para mim. Era para todos que estivessem prontos para perceber o seu esforço, o seu prazer, a sua existência.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Em meio a minha perplexidade e êxtase, convidei um amigo para acompanhar-me à aquela audição. Queria partilhar a experiência inédita e fantástica, mas ele não tinha tempo e não conseguiu ver ou ouvir nada. E foi embora rapidamente, com seus passos bem marcados.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Eu continuei até que ela me fugiu a visão voando para outro telhado. Como uma ave tão pequena e frágil poderia cantar tão alto e forte? Continuava a cantar ao longe e assim, decidi seguir o meu dia. Mas tudo estava diferente pois eu havia percebido que o mundo é muito maior do que poderia imaginar. Que eu era muito maior do que acreditava. Sentia-me repleto de esperanças e sentido. Estava claro que a minha vida é uma dádiva divina. E que viver plenamente é o que há de mais importante a fazer.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Sabe aqueles momentos conhecidos como <em>insights</em> quando por uma fração de segundos compreendemos tudo? Somos capazes de vislumbrar respostas a todas as nossas perguntas. Tive a sensação clara e objetiva dos motivos que me trouxeram aqui e o que preciso fazer. Tudo passava a ter um sentido claro e era extremamente simples.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Eu creio que esses lampejos, <em>deja vú</em>, <em>insights</em> acontecem muitas vezes para nos dizer que viver é um exercício simples quando estamos conectados e percebemos a grandeza de uma força, que nos ampara em qualquer situação.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Agora interpreto o canto diário dos passarinhos como um chamado para não deixar de conectar minha vida a seu verdadeiro sentido e destino.</span></div>Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-76197764195566207612023-07-31T19:48:00.003-03:002023-07-31T19:48:49.591-03:00Fica comigo, Papai! (texto resgatado de um blog de 2006)<p> <span style="font-family: "trebuchet ms";">Ficar junto das pessoas que amamos é muito bom. Principalmente quando é a tarde de um domingo chuvoso e frio em Petrópolis. Pode parecer piegas escrever sobre as pessoas que amamos, diriam alguns, mas é sempre bom cultivar esses pequenos prazeres na vida. Fica fácil lembrar de experiências ruins e pessoas desagradáveis, das quais só queremos que fiquem no passado, ou ainda, que permaneçam distantes de nossos olhos (hoje estou mais sutil).</span></p><div align="justify"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Mas quando me faço lembrar das pessoas que amo e que me amam...AH! A vida passa ter 650 milhões de cores!</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Trebuchet MS;">No dia-a-dia deixamos muitas vezes de dar um abraço apertado, um beijo gostoso, ou até mesmo de dizer, o quanto são </span><span style="font-family: Trebuchet MS;">especiais para nós. A relação parece ser tão fácil que dispensa tais delicadezas. Não é bem assim. Uma relação precisa ser cultivada, mesmo quando o seu crescimento é espontâneo. E quando fazemos isso, basta deixar rolar, o que é muito bom e realizador. Bem que poderia ser assim com todas as pessoas que convivo. Estou certo que não existem pessoas 100% ruins e muito menos 100% boas. Mas se sou capaz de me reconhecer assim, fica mais clara a imagem que passo a ter do próximo e de mim mesmo.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Existem traços bons no próximo que muitas vezes deixamos de perceber, pois é mais fácil reparar características que nos desagradam. Já sei o nome dessa estratégia: separatividade. Tenho lutado bastante contra a separatividade em minhas relações. </span><span style="font-family: Trebuchet MS;">Tenho conseguido VER as pessoas com um olhar mais compreensivo e a mim também. Isso tem feito uma diferença enorme, pois passei a me sentir parte integrante da humanidade. Reafirmo e assumo minhas falhas e deslizes com mais naturalidade e menos culpa, quase nenhuma culpa, considerando que estou "batalhando" para ter consciência delas e não cometê-las novamente.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Volto a escrever sobre um dos meus maiores prazeres. Ter minha filha aninhada em meus braços e vê-la adormecer lentamente. A sensação é indescritível pois ela deposita em mim uma confiança única e que muito me emociona. Sei a importância da confiança que depositamos nas pessoas que amamos e nos amam. Por isso, quando senti que o seu sono já era pesado, levei meu bebê ao seu quarto rosa chá, coloquei-a no berço quentinho e agradeci pela milionésima vez a Ele, o maravilhoso compromisso que me deu: ser pai.</span></div><div align="justify"><span style="font-family: Trebuchet MS;">Depois sai de mansinho, fechei a porta, desliguei a TV e fui cair nos braços da mãe de minha filha.</span></div>Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-30838807314440084382023-07-31T19:00:00.003-03:002023-07-31T19:00:59.642-03:00Paz no coração!<p style="text-align: justify;"> <span> </span><span style="font-family: georgia;">Acordei por volta das 3h para ir ao banheiro. Logo depois, deitei e adormeci rápido. Tudo pronto para sonhar ou ter um encontro. E não é que o encontro aconteceu! Tenho pedido muito aos Santos Mestres para reencontrar a minha prima Luciane e, principalmente ver e sentir como ela está, agora do outro lado da vida. Eu sabia que esse momento de encontro não aconteceria se eu pedisse muito. Aceitei esperar sem ansiedade, o tempo que fosse, para estar com ela. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span>Eu estava na frente da casa da minha tia Hilda. Lentamente, eu abria a porta da varanda e depois a porta da sala. Era a casa da minha memória afetiva, mas estava cheia de luz. Segui pelo corredor em direção ao quarto dos fundos. Lá estava em pé, rodeada de uma luz branca que inundava o quarto, a minha querida Luciane. Antes de correr ao seu encontro, me certifiiquei que era ela mesmo! A pele branca, o cabelo preto, os lábios vermelhos, como o da Branca de Neve e os olhos sem o estrabismo! Era sim, a minha prima perfeita! Corri para ela e a abracei chorando muito. Era o abraço que eu não pude dar, antes da sua partida. Em meio ao abraço, ela pergunta a alguém se ela poderia chorar, e foi autorizada. Choramos abaçados, matando a saudade imensa! Como todo encontro, esse também foi rápido. Ouvi a minha tia Hilda descendo a escada que dava acesso ao quarto onde estávamos, dizendo: Luciane, cadê você? Onde você se escondeu? E ao nos encontrar naquele abraço que poderia durar uma eternidade, ela colocou as mãos na cintura e sorriu, apreciando o nosso encontro. E o que vem depois? Acordei! </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span>Mas acordei com uma paz no coração, uma felicidade nunca experimentada. Não chorei desesperadamente! Foi tudo muito tranquilo, sereno, como deveria ser. Hoje sei que ela está bem, muito melhor que aqui. Talvez aprendendo a viver com um "novo corpo" e com uma "nova mentalidade." Espero revê-la um dia novamente. O que importa mesmo foi a paz que meu coração ganhou. Obrigado, Santos Mestres, por tantas oportunidades para reencontrar as pessoas que amo e que já partiram.</span></p>Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-59653508443102966062023-07-31T17:38:00.000-03:002023-07-31T17:38:01.199-03:00Bonitinha e corajosa!<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span>E mais uma vez o que eu previra há tempos aconteceu. Perdi mais uma pessoa muito amada para a morte. Já havia perdido para a vida. Não a via há quase 15 anos e os contatos como ela foram pouquíssimos, insuficentes para reduzir a saudade e a angústia de não poder estar com ela. Eu nem o seu endereço eu tinha, pois a sua irmã, nunca nos passou. Assim, minha prima Luciane se foi e pior, sem que eu pudesse matar a dor da saudade que cresceu dentro de mim. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span>Ao encontrá-la dentro de um caixão, envolvida por flores brancas como ela, eu desabei em lágrimas. Havia um sorriso em seus lábios, como se estivesse feliz em me ver. A dor da separação chegou ao ápice neste momento. Não deu para me despedir como eu gostaria, de abraçá-la, beijá-la como fiz durante 45 anos. Crescemos juntos. A diferença de idade era de 1 ano e pouqinho. Ela foi minha irmã de coração por 10 anos, até que a minha irmã nascesse e continuou sendo depois. Havia um mistério que fazia sentir um profundo respeito e carinho por aquela alma tão corajosa em vir ao mundo com tantas limitações físicas. Eu me sentia feliz em estar ao seu lado desde muito cedo. Nos amávamos de verdade, como primos irmãos. Quando vejo as nossas fotos de infância, choro de saudades de um tempo em que éramos tão próximos! O meu consolo maior é saber que ela está melhor do que aqui. Está livre do corpo de torturou a sua alma por seis décadas, deixando-a imóvel em uma cama. As lembranças que temos serão inesquecíveis, assim como o grande aprendizado que tive ao conviver com ela, não por escolha ou opção, mas por afinidade espiritual.</span></p>Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-67004558481608333412022-12-19T21:46:00.002-03:002022-12-19T21:46:26.071-03:00Mãe e Pai, amo vocês!<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"> <span> </span>Acordei antes do despertador em uma manhã de sábado para ir ao banheiro. Voltei para me deitar, imaginando que não voltaria a dormir, mas antes do que eu pudesse reagir, o sono veio com tudo e me levou a viver uma experiência única, da qual serei eternamente grato. Não foi um sonho, mas um encontro com meus pais e tio(a)s que já se foram, mas que marcaram a minha vida pela intensidade, pelo exemplo de generosidade, pelo carinho compartilhado e até pelas discussões acaloradas nos momentos de raiva, que me deixaram tolos ressentimentos; tolos porque agora não fazem a menor diferença na minha vida, além disso, quando me lembro deles, não me trazem nenhum sentimento de raiva ou mágoa, mas agradecimento pelo convívio intenso e marcante!</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span> Me vi na frente da casa da minha tia Aurinha. Haviam bancos compridos posicionados uns de frente para os outros, fazendo o formato de um U. Alí sentados estavam todos os meus tios e tias já falecidos, inclusive uma prima que há pouco tempo fez 13 anos de falecida. Estavam todos reunidos, mas eu não tinha percebido, quando cheguei dizendo: Muito bonito! O que vocês estão fazendo aqui? Foi então que me dei conta que não era um sonho mas um encontro! Antes disso, me via vestindo uma roupa como se fosse uma túnica branca, que ia até os pés, A túnica tinha pequenos bordados laranja e preto na frente, que eu não consegui identificar, mas eu sabia que precisava usá-la naquele momento. Foi difícil vestir e fui ajudado por pessoas que não consegui reconhecer em meio aos panos!</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span>A surpresa de ver todos me fez ficar emocionado e perplexo. Vi uma senhora que quando eu cheguei falando, virou o rosto para que eu não a visse e um outro homem ao meu lado, me apoiava com a mão em meu ombro. Identifiquei logo meus pais, sentados juntos na beirada de um dos bancos! Chamei meus pais na hora e de repente a imagem do papai foi sumindo e eu perguntei para onde ele tinha ido. Foi quando me apontaram que ele estava do outro lado da casa, me esperando sozinho! De onde eu estava o vi, mas antes que eu fosse correndo falei para a minha mãe: você agora sabe o quanto eu te amo, mas eu preciso estar com ele, meu pai que eu implorava aos Santos Mestre para encontrar. Pela carinha da minha mãe, ela entendeu.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span>Fui correndo ao encontro do meu pai. E quando cheguei na frente dele, vi que todos haviam se virado para nos olhar. Eu não perdi tempo! Abracei e beijei muito o meu querido pai, beijei como se nunca o tivesse feito, depois de uma relação tão difícil entre nós, pessoas tão diferentes. Eu me lembro dele falar sorrindo que eu tivesse calma. Mas era um misto de saudades, euforia e felicidade que eu nunca experimentei na minha vida! E antes que eu peredesse o controle, no bom sentido, fui afastado rapidamente. Acordei. Acordei em choque e inundado de felicidade! Mal conseguia ficar de pé. Sentia meu corpo tremer e fui tomar água, acreditando ainda estava dormindo. E antes que eu esquecesse, fiz um áudio para a minha irmã, para dizer que nossos pais estavam vivos em espírito, e não só eles, mas toda a torcida de familiares sorridentes que presenciaram o encontro com meus pais. Gratidão! Agora sei o quanto o perdão é grandioso, não para quem recebe, mas quem o oferta. Amo você, meu Pai querido! Amo você, minha mamãe querida! Sinto uma falta gigante de vocês, mas depois desse encontro meu coração se acalmou. Muito grato pela oportunidade surpreeendente e inesquecível. E se existe um metaverso espiritual, eu estive lá.</span></p><p><br /></p><p><br /></p>Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-11493207694680764912022-09-29T21:29:00.005-03:002022-10-06T22:17:55.636-03:00O poderoso Sol em Libra<p style="text-align: justify;"> <span style="font-size: medium;">A vida é um grande mistério, mas facilmente revelado. Tudo irá depender do quanto você é capaz de vivenciar o que lhe cabe, consciente do que cabe exatamente para você. Tenho pensado bastante no que me incomoda. Sejam pessoas, situações e relacionamentos que não foram resolvidos como eu gostaria. Solução nesses casos é ruptura para mim. É embate, enfrentamento, é dizer com toda a intensidade o que eu sinto diante de tudo e de todos. É não medir as palavras e pagar para ver, sem remorço ou arrependimento. Esse sou eu, um Libriano que tem Marte e Mercúrio em Escorpião, que pensa e age com intensidade, mas muitas vezes, sem qualquer vestígio de racionalidade ou compaixão. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Por sorte, aprendi a sublimar toda essa intensidade, usando a educação que me foi dada e o aprendizado de me colocar no lugar do meu semelhante, por isso agradeço pelo meu poderoso Sol em Libra. Também aprendi a desistir de batalhas que não me levariam a lugar nenhum. Preciso poupar a minha energia e deslocá-la para novos objetivos. Não dá para ficar comparando o passado com o presente, algo que eu tenho feito com frequência, e confesso que é bastante improdutivo, pois o presente é a base do futuro, e por mais que eu não saiba como será o meu futuro, volto a focar no presente, pois neste tempo eu posso tudo. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">A pandemia e o necessário e providencial isolamento colaboraram muito para esfriar relações pessoais bastante desgastantes e que eu não conseguia colocar um fim. E em nome da minha saúde física e mental deixei o tempo agir a meu favor e me poupar de um desgaste.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Agora a vida vai voltando ao normal, apesar das duas centenas diárias de mortes por causa da Covid, do crescente número de mortos na guerra da Ucrânia, dos 241 mortos das duas enchentes em Petrópolis e de tantas outras vidas perdidas por conflitos e guerras que não ganham espaço na mídia nacional e internacional. O mundo permanece o mesmo, mas fomos nós que mudamos, o que pode não ter sido legal para muitas pessoas. Quando o ceu fecha em Petrópolis, fica claro o quanto é traumatizante o que vivemos. A normalidade não existe, ela é uma desculpa para dizer que temos um controle do que nos acontece.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">Tenho andado revoltado, angustiado e muitas vezes triste com o que tenho presenciado. A humanidade parece que retrocede um pouco a cada dia. Assim a minha esperança fica fraquinha como uma lamparina de querosene que usávamos no passado. A garrafa era verde e havia uma fita de pano que queimava lentamente, umidecida pelo combustível. Era o delírio das mariposas e grilos, sem contar que até as lagartixas eram atraídas por aquela tênue luz, trêmula que poderia apagar a qualquer instante. Era legal ver as sombras dos nossos corpos na parede, ouvir as estórias antes de dormir e ver o rosto das pessoas iluminados nas noites quentes de verão. E o céu? Incrível! Podíamos ver mais estrelas, galáxias e sem contar as estrelas cadentes que enchiam nossos dedos de verrugas! Mas e os mosquitos? Não incomodavam mais, pois a hora deles já tinha acontecido e a fogueira providencial ainda lançava fumaça no céu do quintal. Não tinha televisão para distrair as crianças, apenas um rádio de ondas curtas que funcionava com grandes pilhas. Tentávamos sintonizar rádios e quando conseguíamos, não dava para entender o que diziam. Mas essa era a nosso única conexão com o mundo. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-size: medium;">E na hora de dormir, o sono vinha rápido e só era interrompido, com o canto do galo e a luz que penetrava pela fresta da janela. Assim, anunciava-se um novo dia, repleto de esperança no futuro que me aguardava. Depois do apressado café da manhã, era a hora de sair para o mundo com e brincar despreocupadamete. Esse era o meu presente que já dura 60 anos.</span></p>Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-79443698560561394182022-03-27T20:06:00.000-03:002022-03-27T20:06:27.879-03:00O destino humano é aceitar as perdas e crescer.<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span>Por vezes eu acho que estou fadado a perder as pessoas que eu amo para a morte e para a vida. Eu e todos os seres humanos compartilhamos o mesmo destino! Perder o que nunca foi e nem será nosso. O que nos diferencia é a maneira pela qual convivemos com as perdas ao longo de uma existência. O uso do livre arbítrio torna-se essencial. Eu posso escolher ser vítima ou aprendender com todas as experiências que as perdas trazem. A partir desse ponto, eu passo a ter o controle presencial da vida que vai seguindo o seu curso natural. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span>Hoje mesmo conversava com a Ana durante o preguiçoso café da manhã de domingo e constatávamos a brevidade da vida e o desperdício de acumular recursos e um patrimônio que não poderemos usufruir na eternidade. Não há o menor problema em acumular um patrimônio ao longo da vida. Considero que viver com segurança e conforto, pode possibilitar uma vida menos focada na sobrevivência diária. Assim, penso eu, que fica mais fácil ajudar a quem precisa de verdade, desde que não percamos de vista a nossa verdadeira missão, a razão pela qual nascemos e continuamos vivos. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span>Usar o que construímos ao longo de uma vida, pode ajudar a realizar a nossa missão a princípio, mas na maioria das vezes, ela acaba nos enredando no materialismo e atrapalha tudo. Da mesma forma, a pobreza pode endurecer corações e mentes e resumir a vida em sobreviver dia após dia. A expansão da consciência ao longo da vida é que será capaz de ir ampliando o sentido que precisamos dar à nossa existência.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span>Eu preciso incluir o respeito à pobreza que me cerca. A pobreza pode ter várias nuances. Pode ser a pobreza que machuca e tira a esperança dos seres humanos; pode ser a pobreza que embrutece o viver; pode ser a pobreza de espírito que tornam homens rudes e cruéis etc</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span>Me surpreendo com os meus apegos emocionais. Mas a renúncia é tão libertadora que tenho me assustado em dar início a esse processo e não parar mais. Sinto medo pelo que pode acontecer. Por estar mais próximo da morte, tenho refletido sobre a minha vida. Resta-me pouco tempo para resolver pendências que foram adiadas, mesmo sabendo que não sei se conseguirei resolvê-las, mas ficar imobilizado está fora dos meus planos.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span><br /></span></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"><br /></p>Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-57320887043763807422021-04-08T21:44:00.001-03:002021-04-08T22:54:11.088-03:00Lembranças que os ossos guardam.<p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"> </span><span style="font-family: georgia;">Eu nunca havia escrito exumação. Podia jurar que se escrevia "ezumação". Eu também nunca havia participado de uma exumação de verdade. E assim fiz a exumação do meu pai e da minha tia ao mesmo tempo, abrindo espaço para que um parente pudesse ser enterrado. Era um primo distante que por conta de uma doença, terminou acamado por 11 anos. Mas guardo a lembrança de um homem íntegro, um trabalhador dedicado e pai amoroso que deixou duas filhas inconsoláveis. Estou certo que a morte foi a sua libertação aos 68 anos.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span>Quando soube pela minha irmã que havia sido o escolhido para essa missão, por segundos fiquei assustado, mas topei o desafio de reencontrar o que sobrou do meu pai depois de quase 4 anos. O coração disparava de ansiedade imaginado o que veria após a abertura sepultura em pleno Domingo de Páscoa! Será que meu pai teria ressuscitado? Ou os seus restos mortais o tornariam um zumbi pronto para atacar os coveiros? Depois de acordar dos delírios da minha imaginação, fui ao encontro da minha realidade. O caixão do meu pai praticamente se dissolveu, assim como a maioria dos ossos. Restaram os ossos mais compridos das pernas e braços além do crânio. Mas o terno estava praticamente perfeito. A camisa, a gravata com o nó feito e as meias estavam lá! Era o meu pai de verdade, sempre impecável até depois de morto. Senti um aperto no peito e chorei discretamente, afinal eram os ossos do meu pai, que me faz muita falta.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span>Depois da exumação saí do cemitério com a sensação de que fiz o que deveria ter feito. Mesmo assim, fiquei pensando no fim de todos nós, um punhado de ossos! Na verdade, era o fim dos corpos que recebemos para viver aqui, como se fosse um traje espacial.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span>Assim, vem a constatação óbvia de que não possuímos nada na vida e que ela só faz sentido se estivermos vivos. Vivos podemos tudo, amar, aprender, ensinar e uma infinidade de verbos. A morte só não vence as lembranças deixadas por quem se vai. Hoje sei que as pessoas que liberaram seus corpos, que partilharam suas vidas conosco, passam a viver em nossos corações para sempre, imortalizados para quem as amou.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span>Pode parecer estranho uma postagem sobre a morte. Não a temo como antes, pois agora sei que ela é o ápice da vida. E também sinto, sei que ela vem se aproximando para mim. Uma vez morto, meus ossos serão o único vestígio físico da minha existência e que quando se dissolverem, ninguém saberá que eu passei por aqui.</span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span>Faço valer a minha vida a cada dia que acordo e agradeço a chance de poder prosseguir mais um pouco. Não tenho grandes pretensões, não quero nomear uma rua ou sala ou ter um busto horroso que ficará tristonho no canto de uma praça. O legado silencioso que deixarei será imortalizado pelas gerações futuras, que poderão torná-lo maior e melhor. Os créditos deixarão de ser meus e farão parte da História da Humanidade. Imortalidade é diluir-se e se tornar realmente livre. </span></p><p style="text-align: justify;"><span style="font-family: arial;"><br /></span></p>Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-48831862214488023652021-01-04T21:14:00.002-03:002021-04-08T18:40:15.184-03:00Nem sempre seremos fortaleza na vida!<div style="text-align: justify;"> <span> </span><span style="font-family: trebuchet;">Feliz Ano Velho! Entramos bem em 2021. Acho que do mesmo jeito que passamos por 2020, sufocados por uma pandemia inédita que não para de ceifar vidas diariamente. Nosso planeta tornou-se um lugar perigoso para nós. A alternativa para sobreviver, antes que todos sejamos vacinados, é simples e complicada ao mesmo tempo: usar máscara, evitar aglomerações, higienizar as mãos e curtir mais a própria casa, possibilidade para poucas almas diante de um mundo miserável. Entretanto, a indisciplina humana, resultante de uma ignorância absurda, da negação do óbvio, nos alertou da existência de desumanos. As redes sociais abriram as portas para todo tipo de humanoide se manifestar, questionando a ciência, a ética e os valores, sem qualquer argumentação. Como resultado, um sentimento de aversão vem crescendo dentro de mim. Não quero ouvir mais nenhum idiota arrotando sandices. Não quero validar a estupidez, pois tenho o hábito de respeitar opiniões, mas recentemente prefiro me afastar de todas as pessoas que nada me acrescentam, que sejam incapazes de ter um diálogo respeitoso. <br /></span><span style="font-family: trebuchet;"><span> </span>Saber ouvir é uma arte, mas calar também. Se o que escuto me fere, saio para evitar um confronto inevitável. Eu quero uma vida tranquila com as pessoas que eu amo e que me amam também. Não é pedir muito, para quem já teve que brigar muito. Paz. 2020 ainda não acabou para mim. Sinto falta dos meus pais o tempo todo, mesmo sabendo que foi melhor que eles morressem antes da pandemia. Chorei de agradecimento quando fui pegar a escritura de doação que eles fizeram para eu e minha irmã. Trocaria tudo, tudo para abraçar e beijar meus pais pela última vez. Eu agradeceria pela vida que me deram, pelo apoio incondicional, pelas demonstrações explícitas de amor que me surpreendiam, pela cumplicidade, pelo colo quando precisei e pelos momentos em família que se transformaram em lembranças que jamais esquecerei. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet;"><span> </span>A pandemia me faz olhar para dentro todos os dias. Sou um homem de sorte por minha consciência. Sou rico por minha sensibilidade. Sou pródigo por minha direção e foco. E inteligente por estar aprendendo a aceitar a dor, a compreender o que nunca esteve no meu controle.<br /></span><span style="font-family: trebuchet;"><span> </span>Tive muitos sonhos com meus pais. Na verdade foram encontros. Tive a experiência de sentir a presença deles. O papai era mais intenso. Me fazia chorar como ele chorava. Sentia a saudade e a solidão dele, além de um toque de arrependimento. Mas sempre se manifestava quando eu estava só. Chorava muito dirigindo, sentindo ele ao meu lado, como se estivesse de carona. <br /></span><span style="font-family: trebuchet;"><span> </span>Mamãe era sutil. Senti a presença dela muitas vezes aos meu lado. Me abraçando, segurando a minha mão. O choro era contido, mas a dor da saudade maior. A saudade me tirava o ar. Mas os sonhos eram incríveis. O primeiro eu cheguei a gritar: Que saudades mãe! Ela me abraçou e se desfez como se fosse de areia. Depois eu a via de corpo inteiro, mais nova e com um chapéu cheio de flores. Nos abraçamos ajoelhados e ela se desfez mais lentamente. Em outro meus pais me encontravam e ficavam de joelhos e eu ajoelhava também. Eu perguntei porque se ajoelhavam. E eles diziam que agradeciam pelos filhos que tiveram. Assim, eu os abraçava e dizia: vocês fizeram um bom trabalho, mas se superaram como pai e mãe.<br /></span><span style="font-family: trebuchet;"><span> </span>Sinto que ainda não me recuperei da perda. Nem sei se vou conseguir, mas a saudade será para o resto da minha vida. Sinto que perdi a alegria de viver, mas sei que é temporário; se bem que motivos para me alegrar são poucos. Como ser feliz quando a vida tem sido tão implacável com a humanidade? A vida ensina machucando e isso não é bom para ninguém. A cada vez que um pai, mãe, filho, filha etc morrem por causa da Covid, me faz lembrar da dor de quem fica. Nem sempre seremos fortaleza na vida.</span></div>Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-89246883797349701492020-11-07T18:39:00.000-03:002020-11-07T18:39:07.217-03:00Minha alma está em brisa, de Mário de Andrade<p style="text-align: left;"></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span>Como Mário de Andrade há cem anos conseguiu expressar com tamanha clareza o que eu venho sentindo? Essa é mais uma prova que pouco importa o tempo que vivamos. O tempo sempre trará um grande oportunidade de aprendizado, por menor que ele seja. Mas precisa ser vivido com intensidade e desprendimento. Como o glorioso Mário de Andrade escreveu, a oportunidade é única e não pode ser desperdiçada.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span>Compartilho do mesmo sentimento agora que me aproximo dos 60 anos. A vida precisa não só de metas, projetos e propósitos, mas sentido essencialmente. Este é o diferencial que a maturidade nos trás. Não precisamos provar nada a ninguém ou competir tolamente com quem idealizamos, que acreditamos ser melhor que nós.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span>Hoje vejo o quanto aprendi, quando vislumbro que todos nós somos únicos e imperfeitos e longe de ser um problema, é uma lição de humildade. É justamente na maturidade, que finalmente chegou com tudo, que me permite dar um sentido maior e abrangente para os últimos anos da minha vida. Sigo agregando qualidade à minha existência, cuidando da minha saúde física, mental e emocional. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span>Umas das muitas conquistas que obtive foi de reconhecer o quanto a minha vida tem valor. Olhar para o passado, assumir os erros e acertos, me transformaram no que sou hoje. As experiências que vivi foram feitas sob medida para mim, disso eu tenho certeza. Mas eu não cheguei até aqui sozinho. Meus pais foram essenciais e continuam sendo, mesmo não estando mais entre nós. Os exemplos que me deram, a parceria segura, o incentivo e o apoio para prosseguir diante dos meus medos, a cumplicidade envolvente foram determinantes. Minha pequena família, meus pais e minha irmã, era tudo que eu precisava. Depois me encontrei ou fui encontrado por Cafh, meu caminho de desenvolvimento espiritual, que me livrou dos dogmas e deixou claro o porquê de me sentir tão diferente no mundo. Eu sentia que destoava em muitos momentos, principalmente quando não concordava com atitudes consideradas banais, mas que me deixavam perplexos diante das pessoas que convivi.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><span> </span>Hoje sinto tudo diferente. Ainda luto contra ressentimentos da minha infância, mas estou caminhando para uma compreensão maior, pois nada mais posso fazer. O passado, passou. Eu não iria escrever nada para deixar espaço para as certezas do Mário de Andrade, mas foi uma homenagem sincera ao escritor e sua sensibilidade atemporal. Se a pandemia permitir, vou ler no meu aniversário em 2021 a mensagem a seguir:</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Minha alma está em brisa</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Contei os meus anos e descobri que tenho menos tempo para viver a partir daqui, do que eu vivi até agora.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Eu me sinto como aquela criança que ganhou um pacote de doces; O primeiro comeu com prazer, mas quando percebeu que havia poucos , começou a saboreá-los profundamente.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Já não tenho tempo para reuniões intermináveis em que são discutidos estatutos, regras, procedimentos e regulamentos internos, sabendo que nada será alcançado.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Não tenho mais tempo para apoiar pessoas absurdas que, apesar da idade cronológica, não cresceram.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Meu tempo é muito curto para discutir títulos. Eu quero a essência, minha alma está com pressa...Sem muitos doces no pacote...</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Quero viver ao lado de pessoas humanas, muito humanas. Que sabem rir de seus erros. Que não não ficam inchadas, como seus triunfos. Que não se consideram eleitos antes do tempo. Que não ficam longe de suas responsabilidades. Que defendem a dignidade humana. E querem andar ao lado da verdade e da honestidade.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">O essencial é o que faz a vida valer a pena.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Quero cercar-me de pessoas que sabem tocar os corações das pessoas...Pessoas a quem os golpes da vida, ensinaram a crescer com toques suaves da alma.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Sim...Estou com pressa...Estou com pressa para viver com a intensidade que só a maturidade pode dar.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Eu pretendo não desperdiçar nenhum dos doces que eu tenha ou ganhe...Tenho certeza de que eles serão mais requintados dos que os que comi até agora.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Meu objetivo é chegar ao fim satisfeito e em paz com meus entes queridos e com a minha consciência.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: georgia;">Nós temos duas vidas e a segunda começa quando você percebe que você só tem uma...</span></div><p></p>Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-4376535519666478762020-09-29T13:38:00.006-03:002020-09-29T16:28:09.322-03:00Devastado pela saudade<p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2_fDzW7du4UzGGQUf0GY6H4wNJ7QiB6uliyhsWERbu9-Fkr2wvwqex2QvV2KRspuuACmXyU1Obmi9peBVP-2U9T7sYL78d2PkYSVicYQF0NmtyJXlUA19dp5UaRj1dqyfS5p_7dVuuuE/s3264/IMG_20160117_184813334_HDR.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3264" data-original-width="1836" height="385" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2_fDzW7du4UzGGQUf0GY6H4wNJ7QiB6uliyhsWERbu9-Fkr2wvwqex2QvV2KRspuuACmXyU1Obmi9peBVP-2U9T7sYL78d2PkYSVicYQF0NmtyJXlUA19dp5UaRj1dqyfS5p_7dVuuuE/w274-h385/IMG_20160117_184813334_HDR.jpg" width="274" /></a></div><div style="text-align: center;"><br /></div> <span style="font-family: verdana;">É exatamente como me sinto hoje. Perdi a pessoa que mais me amou na vida e que mais amei. Minha mãe nos deixou e foi rápido, de forma que eu não pudesse ter tempo de perceber que a perdia para sempre. </span><span style="font-family: verdana;">Mamãe precisou ser derrubada pela morte para continuar a sua missão em um lugar longe de nós. Mamãe partiu sem dor. Seu frágil coração não aguentou tamanho desafio. Suas últimas palavras foram "eu não aguento mais." Minha guerreira desistia de lutar e apenas segurava a minha mão antes de partir. Eu segurava aquela mão pequena como se ela fosse a última ligação entre nós. Era um fio de esperança em que eu me apoiava, pois agora pressentia que a sua hora estava chegando. E a hora chegou suave. Os batimentos cardíacos caíram até zero e apesar das tentativas para que ela ressuscitasse, mamãe se foi serena e silenciosamente. E neste momento eu me tornava órfão, realidade que a acompanhou desde os dois anos de idade quando minha avó partiu tão jovem, deixando além da minha mãe, mais cinco filhos menores. Chorei como nunca chorei antes, sem saber que continuaria chorar até hoje, seis meses após a sua partida. Chorei de soluçar abraçado e de mãos dadas com a mãe que sempre amarei. Pedi a Deus que a conduzisse com carinho até a seu encontro, pois eu não podia fazer mais nada por ela. Fiz o que pude em vida quando sintonizei a tristeza da solidão que ela trazia nos olhos por não ter conhecido a mãe. Enquanto vivemos juntos, nunca faltamos um para o outro. Minha guerreira de tantas batalhas, conquistas e derrotas. Seguíamos sempre de pé, mesmo quando a vida tentou nos jogar no chão. Foi com ela que aprendi a persistência, a disciplina e ambição de ser melhor todos os dias. Ela me deixou de herança um coração bondoso, mas não como o dela, mas sensível a dor do semelhante. Foi uma vida intensa de aprendizados, intercalada de muitas gargalhadas e brincadeiras entre nós. Mergulhado em lembranças aqui estou, de luto, sem prazo de validade para acabar e devastado por uma saudade que não me dá paz. O meu consolo maior é imaginar ela abraçada com a minha avó, resgatando uma vida que deixou de ser vivida.</span><p></p><p><br /></p>Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-10322988262413714382019-02-21T22:09:00.002-03:002019-02-21T22:16:26.050-03:00E assim vou seguindo!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiNiY7TMNvADOlm0IyWYvuisVnVw0TDzbcmnTTDdLldnaPLjywV4P1G999HKBNfp-iHNuVm-R3ER22j8q9oDanPbp1_Kh5C0ziS665gFKJ1bKsQVyfoFp_1x7BPcaH2yjRmAzZt8MSzoY/s1600/IMG_20180727_112700586.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjiNiY7TMNvADOlm0IyWYvuisVnVw0TDzbcmnTTDdLldnaPLjywV4P1G999HKBNfp-iHNuVm-R3ER22j8q9oDanPbp1_Kh5C0ziS665gFKJ1bKsQVyfoFp_1x7BPcaH2yjRmAzZt8MSzoY/s320/IMG_20180727_112700586.jpg" width="240" /></a></div>
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Me dei conta que esse blog despretensioso já fez 10 anos. Então decidi atualizar a minha foto. Voltei a usar barba. Sempre foi para mim um ato revolucionário deixar os pelos crescerem em meu rosto. Não uso barba para me proteger ou para afirmar a minha masculinidade. Adoto a barba pois ela me iguala, de certa forma, aos miseráveis, famintos e doentes que sempre deixam os pelos crescerem. Prefiro me assemelhar aos pobres do que aos ricos. E não falo de "boca para fora." Sou esquerda porque as injustiças sempre me incomodaram, assim como a dor do meu semelhante.</div>
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Meu pai era um homem muito bonito, vaidoso e refinado. Apesar de não ter concluído seus estudos, foi muito influenciado por viver em um ambiente de luxo. Trabalhou no Cassino do Quitandinha para desespero do meu avô, que não aceitava a ideia do filho se perder na esbórnia. Mesmo que nenhum dos filhos conseguisse chegar ao Ensino Médio, meu avô era estudado, como se dizia, tornando-se um respeitado Tabelião em Petrópolis, deixando o Rio de Janeiro sua cidade para trás.</div>
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Como ouvi muitas vezes, eu não havia herdado a beleza nem o estilo do meu pai. Eu era tímido, silencioso, observador e quase sem vaidade. Eu era único e isso me bastava. Um estudante esforçado e um professor que trabalhava como um operário! E um filho com F maiúsculo como dizia minha mãe. Só me abria diante de pessoas que eu confiasse. Sou assim até hoje, por conta do meu Ascendente em Câncer e da minha Lua em Virgem.</div>
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Lembro-me do constrangimento que passava toda vez que papai me apresentava a alguém. Ele sempre me comparava com o filho do Frank Sinatra! Era brincadeira, mas eu morria de vergonha! Com o tempo, principalmente depois de entrar na UFRJ, vi que a minha vergonha se justificava.</div>
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Eu fui filho único por quase 10 anos, mas não fui mimado. Pelo contrário, meus pais foram muito exigentes comigo. Eu como sempre fui precoce, passei a exigir um irmão também. Quando me perguntaram porque eu dizia que não era feliz, eu respondi que tinha medo de morrer sozinho! Assim, nasceu a minha irmã. Eu fui a segunda pessoa a tê-la em meus braços e lembro-me que falei para ela: Por que você demorou tanto? Eu não aguento mais eles! As visitas no quarto, caíram na gargalhada.<br />
As lembranças fluem com facilidade, assim como a percepção da vida que por vezes torna-se surpreendente. Escrevo o que sinto e isso me ajuda a compreender para onde devo caminhar.</div>
<br />Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-52631433974829729662019-01-06T22:02:00.002-02:002019-01-06T23:25:33.058-02:00Mas tenha calma comigo!<div style="text-align: justify;">
Depois de ter lido antigas postagens deste blog que me fizeram chorar, voltei a escrever motivado por estar em férias e pelo efeito terapêutico em minha alma. Não sei ao certo por onde começar. Posso relatar aprendizados, mudanças, transformações, desafios, encontros, reencontros e desencontros que me deixaram mais forte e seguro para tomar decisões sem sentir um pingo de remorso ou culpa. Muitas decisões foram adiadas por décadas, mas com o tempo tornaram-se um fardo para mim. Vou começar pelos desencontros, que lentamente foram acontecendo. A lentidão me permitiu ir amadurecendo atitudes de forma a consumá-los com bom senso.</div>
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Assim, em alguns relacionamentos não me foi mais possível fazer "vista grossa" aos muitos deslizes e a um desgaste imenso, que colocou fim à confiança por anos depositada. Ficou muito evidente que só havia o interesse cruel de fuxicar a minha vida e da minha família. Não havia mais um interesse amoroso e solidário. Além disso, um desequilíbrio emocional, difícil de contornar se manifestou.</div>
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A única forma de resolver foi me desencontrar, quer dizer, não somente me afastar, mas romper com uma pseudo amizade e manter uma relação formal. Sofri um pouco, mas superei rápido. O que mais me causa perplexidade, foi que agora não faz a menor diferença. Sabe aquela velha estória de pessoas que perdem a afinidade ao longo de uma vida, foi mais ou menos assim. Acabou.</div>
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A minha paciência está cada dia menor, assim como a minha visão. Está difícil me adaptar ao multifocal. Não consigo mais escrever sem o raio do óculos. Mas deve ser um sintoma direto da minha impaciência com muitas pessoas, me sugeriu um amigo terapeuta. </div>
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Me sinto bem rabujento e quando dizem que eu estou ficando velho, adoro dizer: Estou sim, e daí? Também acho o máximo quando me cedem o lugar no ônibus achando que sou um idoso. Amo a minha barba branquinha, nem preciso fazer cara cansado!</div>
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A morte do meu pai foi mais um grande divisor de águas na minha vida. Levei meses para desmontar a nossa casa, depois que minha mãe foi morar com a minha irmã. A missão foi cumprida com coragem. Vendi e doei muitas lembranças felizes. Ficamos com muito pouco. A reforma da casa que em 2020 fará 60 anos, deu a ela uma sobrevida. A casinha moderna ficou linda. Eu usei as cores do passado para homenagear o bom gosto dos meus pais. Mas por vezes, ainda me pergunto: Como fui capaz de destruir essas lembranças de família, da vida que não tenho mais? Porque eu precisava prosseguir. Lembranças felizes não podem se apoiar em roupas velhas ou móveis antigos, mas nos sentimentos compartilhados que foram muitos.</div>
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A casa agora vazia permanece inundada de lembranças, basta eu entrar e fechar os olhos e sinto tudo. Escuto meu pai abrindo o portão cheio de sacas, sinto o cheiro do feijão da minha mãe pulando na panela, vejo a minha irmã brincando na calçada, a minha filha ainda criança tremendo de felicidade ao ver um gato pela primeira vez na vida, vejo a minha afilhada engatinhando pela casa, sem contar as comemorações de Páscoa, Natal, Ano Novo, Dia das Mães, Dia dos Pais, Aniversários...</div>
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Todas a comemorações continuam da mesma forma, mas mudaram de local. O que ainda faz muita falta, é a presença do meu pai. Sei que a hora dele chegou, que não havia mais como continuar. A vida deixou isso bem claro para mim. Por isso, sei que ele não escapou da ordem natural da vida.</div>
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Essas transformações inevitáveis continuam me obrigando a me reequilibrar continuamente. O equilíbrio inicial foi rompido. Perdi além de meu pai, três tias muito queridas em dois anos. A vida parece que tem pressa em nos ensinar e não há como resistir. Mesmo assim, curto muito no que venho me transformando. Pronto para novos desafios, Senhor! Mas tenha calma comigo!</div>
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Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-10233863038727193532017-12-05T23:27:00.001-02:002017-12-05T23:44:27.110-02:00Antes de perder o meu pai para a morte, eu o reencontrei.<div style="text-align: justify;">
Há muito tempo que não tenho vontade de escrever aqui, mesmo sabendo que me faz muito bem usar uma folha em branco e preenche-la com meus pensamentos e emoções. Sei que não vou conseguir transpor o vácuo criado desde a última postagem, a minha memória que parecia estar falhando, na verdade está mais seletiva do que nunca quando me refiro às lembranças.<br />
Sem sombra de dúvidas o que mais me marcou durante essa longa ausência foi a morte do meu pai. Uma agonia de 50 dias em que a sua saúde foi se esvaindo lentamente. Talvez o pior de todos os dias antes da sua morte, foi o Dia dos Pais. Meu pai ficou a maior parte do dia dormindo por conta dos medicamentos. Minha irmã e minha mãe vieram nos visitar um dia antes, portanto, não voltariam mais. Senti uma solidão imensa. Chorei na hora do almoço dentro de um refeitório quase vazio, e o que é pior, comendo uma comida horrível. Lembrei de todos as comemorações que vivemos no passado em família e senti uma dor imensa. Lembro-me de deixar o prato quase intocado, que acolheu as minhas lágrimas.<br />
Nesse dia ficou claro que nunca mais teria o meu pai para comemorarmos o nosso dia. No horário da visita fiquei olhando no corredor na esperança de receber uma visita de surpresa e ninguém apareceu. Eramos eu e meu pai trilhando um caminho que não teria volta. Quando meu pai acordou, já afetado pela demência que ia e voltava, o abracei na cama, segurei suas mãos e o beijei como nunca tinha feito até então. E ele retribuiu da mesma forma. Logo depois veio o jantar e ele voltou a dormir profundamente por conta do calmante minúsculo que o derrubava.<br />
Daqui há poucos dias terei contabilizado 3 meses sem meu pai. O meu aniversário foi também muito difícil. Não fiz nada de especial, mas minha mãe me surpreendeu com um bolo e pastéis. Havia um esforço grande por parte dela para realizarmos a comemoração. Mas o luto foi maior e cheguei em casa mais entristecido do que quando havia saído.<br />
Hoje os episódios de choro são mais esporádicos, mas já chorei muito. Chorei de forma tão intensa a perda do meu pai para a morte, que por pouco não perdi o controle sobre mim mesmo. Acho que Deus me segurou com firmeza nesses dois momentos, dos quais não quero discorrer aqui.<br />
Nesses dias desafiadores em que fiquei ao seu lado, cumpri o meu papel de filho com tanta coragem e determinação que até eu me surpreendi. Não havia cansaço ou dor, apenas a certeza de que tinha que fazer o melhor possível e que esta seria a minha última parceria com meu pai.<br />
O tempo passou rápido demais e nunca consegui pedir a Deus para que o poupasse da morte. Papai morreu sem dores. Me reconforta saber disso. Mas eu sabia internamente que ele não sobreviveria. Deixei a vida cumprir o seu papel mais forte, o de permitir a morte prevalecer. Eu tão otimista e cheio de esperanças, tive que encarar o desafio de aceitar a minha incapacidade de mudar o que vivia.<br />
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Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-76066518776746132802017-05-07T21:22:00.002-03:002017-05-07T21:22:52.106-03:00Agora sei que nada será como antes! <div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E assim está sendo. Ficar muito tempo sem escrever aqui, me causa uma angústia imensa. Acaba acontecendo um acúmulo de transformações que ao tentar discorrer sobre elas, mal sei por onde dar início. Finalmente me aposentei na Prefeitura Municipal de Petrópolis, mas vou ter que brigar muito com o governo municipal que me deve 1 ano de licença prêmio e a atualização de meu vencimento base desde 2010. Fora o futuro embate, a sensação de liberdade é única! São 32 anos de sala de aula que acabaram com a minha voz e que aos poucos foram minando o prazer de sair de casa para ir à escola. Mas uma vez em sala de aula, fazia o meu melhor, uma aula de Geografia provocativa e cheia de boas intensões!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Passei um tempo meio desorientado por ter as noites livres e por vezes, me dava a sensação que estava matando aulas, pode? O tempo livre foi devidamente preenchido com atividades igualmente prazerosas. O professor deu lugar para um pai e um filho mais atento às necessidades da família. O professor passional precisou ser contido para exercer a função de guia em um grupo espiritual de Cafh. O professor deu lugar a um homem preocupado em ter uma boa saúde e principalmente, focar em novos aprendizados para expandir continuamente a sua consciência. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Liberto de metade da minha carga de trabalho, pois tenho 4 anos pela frente no Colégio Pedro II, descobri o que considerava tão abstrato e incompreensível para mim, os conhecimentos da antiguidade clássica, repleta de simbolismos e aprendizados, que estão sendo iluminados pela FILOSOFIA! </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mal sei por onde começar diante da intensidade das mudanças que estão se processando dentro de mim. Nada foi tão direto no que preciso neste momento em que me aproximo rápido da maturidade. Eu já sei que não tenho muito tempo, mas agora já sei como acelerar o meu aprendizado espiritual até que aconteça o encontro com o meu destino final, o retorno à nossa casa, de onde viemos e para onde voltaremos!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Hoje assistindo um vídeo que trata de um livro conhecido como O Profeta, de Khalil Gibran, em que a filósofa Lúcia Helena Galvão vem desmistificando para nós mortais as mensagens contidas em cada capítulo, constato a atualidade da mensagem escrita há quase 100 anos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sinto-me desafiado e sacolejado diante do que escuto e leio; e ainda nem cheguei a escrever de outro livro, potencialmente desafiador que leio e releio, o Caibalion que contém os ensinamentos de Hermes Trimegisto sobre a arte de viver, de acordo com princípios herméticos do Egito e Grécia!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Em resumo, tenho muito "pano para mangas" para escrever aqui. Não sei se conseguirei escrever tudo, mais as mudanças internas já tiveram início e tem sido um bálsamo para sobreviver em meio a tantas desavenças por conta da crise moral e política que vivemos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Agora sei que nada será como antes. Vai ser melhor, muito melhor! É bom ser surpreendido pela vida nessa altura e perceber o quanto eu posso crescer em minha humanidade!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span></div>
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Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-18483821767283142492016-04-22T21:19:00.001-03:002016-04-22T22:54:14.168-03:00Resgatando o que me salvou desde sempre!<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Sinto cada vez menos falta das pessoas que por anos convivi. Percebo que é preferível sustentar uma amizade superficial por duas razões: não é construtivo semear ressentimentos nessa altura da vida e porque reconheço que houve uma quebra de confiança. Sei que posso cometer os mesmos erros que me fizeram afastar de muitas almas, mas sem vaidade confesso: a chance vai ser pequena.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Depois de vivenciar anos muito difíceis, estou retomando o hábito de escrever. Ele é libertador. Tenho chorado muito, sinto uma angústia tomando o meu coração e por vezes, sinto-me muito só. Minha alma tem estado de luto por muitas razões. Não tenho como continuar vivo se não for capaz de acreditar na vida, mas tenho ouvido palavras tão duras e sentido corações tão frios, que chego a acreditar que sou um sobrevivente corajoso em um mundo pronto para acabar conosco.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Tenho evitado de lembrar o passado e me esforçado muito em viver o presente. Penso nas lembranças que deixarei para minha filha que tanto amo. Tenho amado tanto a Lara que chega a doer na alma. Já sinto que minha filha começa a se desprender emocionalmente de mim, pois já se encaminha para a adolescência. Sinto saudades de estar com ela mais tempo, se bem que fui um pai muito presente em sua vida. Queria que ela compreendesse no futuro que se estou vivo é por ela. Minha vida não faria sentido se ela não existisse. Não quero ser um peso para ela quando falo isso. Ela não me deve nada, de coração. Espero ser lembrado pelos meus netos como um avô-professor amoroso que conseguiu cumprir a sua missão.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Mas não estou aqui para pensar no futuro e muito menos para me despedir. Há muito o que fazer e viver ainda. Preciso focar em minha vida a partir de agora. Cuidar do meu corpo, da minha saúde. Preciso me cercar do que me faz bem. Nunca fui um bom administrador de conflitos. Mergulhava na guerra com o firme propósito de conseguir a paz o mais rápido que pudesse. Não sei se agora sinto-me menos disposto a lutar ou se as lutas que travei e venci se perderam no passado, ou ainda, se deixaram de dar o sentido para minha existência.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Tenho tomado consciência cada dia mais que sou mais um passageiro por aqui. Que não tenho nada. Tudo que disponho me foi emprestado por Deus para viver e nunca irá me pertencer. O que me pertence e ninguém pode me tirar é o meu aprendizado como ser humano, no que venho me transformando. São valores que se aprofundam, novos que surgem com o tempo e outros que se dissolvem completamente. Como é bom reconhecer-se como um homem flexível em seus pontos de vista, que está disposto a aprender com tudo que se apresente em minha frente!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Mas se agora é fácil, nem sempre foi assim. Até que me desse conta desse estado de consciência diferente, me sentia excluído do mundo, como se eu não me ajustasse ao mundo dos normais. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ainda luto para superar o quanto fui depreciado na infância. Meus pais me salvaram. Eu precisava tanto ser aceito, reconhecido pelos meus primos e tios. Fui comparado o tempo todo com aqueles que eram melhores do que eu, pelo menos era o que pensavam. Era difícil perceber que a inveja permeava as minhas relações familiares, afinal de contas quando a minha família parecia ruir, eu fui capaz de sustentá-la com uma força que até hoje não sei de onde veio. E fiz sem ajuda deles, me agarrando na luz daqueles dias que eu ainda teria pela frente, pelos abraços apertados, beijos e afagos. Era a força da vida me acolhendo em seus braços.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Hoje sei que foi DEUS que me sustentou e me fortaleceu diante de tanta adversidade. A vida por mais dura que tenha sido comigo, longe de me endurecer me encheu de esperanças que por vezes me sinto sufocado! Certezas me envolvem perigosamente e quando as coloco em dúvida, vem uma fé enorme e me fortalece.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Tenho me colocado aos pés do meu Criador toda vez que preciso tomar decisões. E ele me ampara e me coloca no caminho certo!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Tenho 54 anos e permaneço vivo. Ainda que por vezes chore, continuo acreditando naqueles belos dias de sol que amo desde a minha infância. Ainda creio que serei capaz de superar minhas fraquezas e barreiras. Ainda que a vida ao redor fique triste e sufocante, eu persisto até quando me for permitido.</span></div>
Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-45567421440027364312016-01-05T19:09:00.001-02:002016-01-05T19:34:26.110-02:00E esse dia não chega....e como dói!<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">E mais um dia 06 de janeiro se aproxima. Acho que fazem 3 ou 4 anos que não escuto mais a sua voz e não posso te abraçar para te desejar um feliz aniversário. Dói não ter notícias suas, não saber como anda a sua saúde e não ter mais a lembrança clara do seu rosto. A distância é cruel com as lembranças. As imagens vão perdendo o foco, tornando-se turvas, mas os sentimentos permanecem e se fortalecem, assim como a imensa saudade de te abraçar apertado, minha querida prima Luciane.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Já chorei muito de saudades lembrando de você. Eu sei que nos foi imposto uma distância, que hoje compreendo, apesar de ainda achar muito cruel, como se fosse uma vingança previsível. Eu também lamento por tudo que nos levou a nos distanciar, mas eu usei o meu orgulho para me defender, pois sabia que mesmo que implorasse, seria ignorado. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Mas consegui superar o meu orgulho e pedi para ir ao seu encontro. Chorei, quase implorando para que isso acontecesse. Ouvi que um dia isso aconteceria e esse dia não chega.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Nunca mais esquecerei o cheiro e o gosto daquele cachorro-quente que comíamos em cada aniversário seu, com aquele pão de leite macio. Ainda sinto o gosto do maravilhoso bolo de amendoim, recheado de doce de leite e ameixas pretas! Mas nunca mais consegui comer essas maravilhas de novo. A dor da saudade tirou-me o apetite e o olfato.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Cá estou eu, o seu velho primo de sempre, suspirando de saudades e chorando sobre o teclado do notebook. Saiba minha querida prima Luciane, que você nunca será esquecida, aconteça o que acontecer. Estou preparado para tudo, por mais que a dor cresça com o passar dos anos. Te vejo sempre que te coloco em minhas orações. Imagino abraços memoráveis e aperto minhas mãos com as suas, entrelaçando os dedos. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">É assim que consigo acalmar um pouco o meu coração cheio de saudades, que sonha com esse encontro. Portanto, minha prima-irmã de coração, feliz aniversário! Que Deus te ampare sempre e que a sua corajosa missão seja cumprida até o final. Estou certo que um dia, quando não estivermos mais nesse mundo, iremos nos abraçar como nunca e os nossos sonhos irão se concretizar! Te amo!</span></div>
Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-27831700729405091532016-01-04T18:16:00.002-02:002016-01-04T20:13:47.346-02:00Votos para seguir com coragem!<div style="text-align: justify;">
Eu mal sei por onde começar. A insegurança baseia-se no tempo que deixei de escrever nesse blog e nos acontecimentos surpreendentes, apesar de previsíveis, que aconteceram nos últimos dias de 2015 e nos primeiros de 2016. </div>
<div style="text-align: justify;">
Tenho muito o que escrever aqui. Escrever muito para colocar todos os desafios que tenho enfrentado e que conseguiram tirar por alguns instantes as minhas certezas diante das relações humanas. Posso dizer que é duro ser incompreendido, caluniado e traído. Também dói quando vem de pessoas que tem o meu sangue ou que conviveram por mais de uma década comigo. Sinto-me entristecido diante desse quadro, mas com a minha consciência serena.Venho aprendendo a ser compreensivo, transparente e corajoso, mesmo sabendo que a minha paciência tem se esgotado rápido. Mas o interessante é perceber que para alguns, sou muito diferente. Não acredito em julgamentos precipitados e levianos de quem não me conhece ou se quer tenha se esforçado em me conhecer. Como sustentar uma amizade quando a minha presença tensiona e traz à tona, sentimentos contraditórios?</div>
<div style="text-align: justify;">
Sou discreto e descobri que incomodo pelo que sou. E o que posso fazer, se não fiz nada para ouvir e passar pelo que venho passando hoje. São questionamentos dos quais já tenho todas as respostas.</div>
<div style="text-align: justify;">
Em minhas meditações diárias, escuto de Deus o quanto preciso ser compreensivo e ter compaixão. Agora, algo dentro de mim se revolta por se sentir usado, por ferir quem eu amo. </div>
<div style="text-align: justify;">
Tenho aceitado não ter mais o controle das situações em que esteja envolvido. Para ser sincero, não deixo a vida me levar. Mas dou a oportunidade a mim mesmo de deixar as situações se resolverem sem criar expectativas de domínio e resultados. Em suma, assumo a parte que me cabe e que cada um faça o que lhe couber de direito. Chega de ser parceiro de quem não sabe o que é parceria. Chega de ajudar, quando o outro só quer usar. Estou farto de meias verdades, meias mentiras, da falta de comprometimento e falsos silêncios. Prefiro e reconheço só aqueles que falem diretamente comigo, qualquer desconforto que sintam em relação a mim. Os que guardam silêncios rancorosos, aos que lentamente destruíram relações de afeto comigo, torço agora para que sejam felizes em sua caminhada. Eu não estarei mais ao lado de ninguém que me odeia ou me inveje. Não farei vista grossa aos deslizes de mais ninguém. Eu não preciso da aceitação ou reconhecimento do mundo para cumprir o que devo fazer. A distância que quero é física, pois a emocional ou foi destruída ou nunca existiu. </div>
<div style="text-align: justify;">
Eu tenho me transformado e me confrontado com desafios únicos. Mas nunca me senti tão fortalecido desde que dei os meus votos. Votos que passaram a dirigir a minha vida, que ampliaram a visão das minhas potencialidades e dificuldades. Votos que me tornaram consciente de que existem propósitos grandiosos para nós e que poucos conseguem vislumbrá-los e realizá-los. Tornei-me um homem que exercita o seu livre arbítrio com coragem, sem receio de seguir acertando sempre. Tenho para mim que um erro pode se transformador quando assumimos a capacidade de aprender com ele.</div>
<div style="text-align: justify;">
Tenho vivido dias de esperança, apesar de tudo que tenho ouvido e presenciado. Mas já senti raiva e nutri ressentimentos há pouco tempo. Por sorte duraram pouco. Percebi que não valia a pena investir em pessoas que não querem aprender. Mas eu estou pronto, a cada amanhecer, a dar continuidade a minha vida. Tenho muito que agradecer. E sempre estarei aos pés de Deus agradecendo e pedindo. Pedindo? Claro! Que mal há em pedir uma ajuda? Pelo menos, sei que hoje sou ouvido e o melhor de tudo, aprendi a ouvir o que Ele quer de mim.</div>
Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-42543419939303630952015-02-15T20:47:00.001-02:002015-02-15T20:48:54.556-02:00Viver contra à maré!<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Os recomeços nem sempre são fáceis. Por vezes, acredito que eles nunca acontecerão, outras eu acho que não deveriam ter acontecido. O tempo é eficiente para afastar pessoas que se amam, aplacar ressentimentos e tornar dispensável o que um dia nos foi fundamental.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Sinto a fragilidade das relações humanas quando passamos a nos sentir sós, à medida que o tempo passa. Sinto-me distante de muitas pessoas. É uma opção, uma decisão, uma estratégia. Sei bem o que tenho ouvido e o quanto me sinto amadurecido e seguro para tomar decisões e sobreviver em um mundo que se mostrou hostil para mim. Mas não há como viver isolado, por mais que haja uma voz que grita dentro de mim para que eu o faça.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Faço escolhas que me apontam para longe do mundo em que vivo. Minha paciência está em franco declínio e agora mais do que tudo, preciso estar junto de pessoas que tenham por hábito o respeito, a ética, a simplicidade e uma baita vontade de viver contra a maré.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Não estou em rota de colisão com o mundo, mas decidi mudar suas cores, seu sentido com um olhar diferente. Minhas escolhas nunca foram tão importantes e o desejo de viver com plenitude, tão forte!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Ser pleno é ser naturalmente o que que se é! Não vivo mais me moldando às circunstâncias, cansei de verdade de fazer isso. Acho que comecei a me sentir hipócrita ao sufocar o que realmente sou.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, Times New Roman, serif;">Agora acabou de vez! Não se preocupe se em meio a uma conversa eu ser acometido por uma enxaqueca, ou se eu rejeitar um convite para um almoço. Tenho preferido os silêncios que são tão ricos. Tenho preferido viver de pequenos encantamentos. Tenho preferido os cheiros e sabores que me reportam ao mundo que estou indo ao encontro. Tenho me apaixonado pelas cores das nuvens no céu. Tudo tem um sentido, uma abrangência que não havia encontrado antes. Por isso, recomeço sempre que posso com a certeza e a coragem de que não preciso olhar para trás!</span></div>
<br />Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-48066417421778775992013-08-27T18:45:00.001-03:002013-08-29T11:19:16.197-03:00Como é bom dar gargalhadas!<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Há poucas semanas venho desmistificando antigos paradigmas. A sensação que tenho experimentado tem me trazido uma felicidade única, uma alegria que não sentia há anos, que me faz gargalhar até quando estou só. São descobertas que trazem um ponto final em angústias e meias verdades, que foram usadas unicamente para me conterem e reprimirem desde a minha infância.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">A nova interpretação que estou construindo para o meu presente e futuro é clara e libertadora. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Lembro-me de minha 1a. comunhão com angústia e raiva. Fui levado a acreditar que ao receber o corpo de Jesus na hóstia, estaria liberto e perdoado pelos meus pecados, no auge dos meus 11 anos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Sabia todas as orações, lia a Bíblia com frequência e fazia as atividades religiosas com prazer. Meu caderno de catecismo era o mais caprichado da turma. Recebi muitos santinhos por minha bonita caligrafia e acreditava de verdade em tudo que ouvia da D. Auda, uma irmã catequista.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Era importante se redimir das falhas e muito cedo compreendi que precisava do perdão. O perdão era fundamental diante do pecado. Éramos todos pecadores em potencial e qualquer deslize, a fama de pecador tornava-se visível, tornando-nos impuros diante do mundo. Portanto, tínhamos que pedir sempre o perdão a cada vez que confessávamos envergonhados diante de um padre, sempre impaciente diante de nossas faltas. Muito cedo descobri o poder paralisante da culpa. Ajoelhar-se era a humilhação máxima do pecador e quanto maior a dor nos joelhos, melhor.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Foi essa mesma culpa que me paralisou de medo no dia da minha 1a. comunhão na gigantesca Catedral de Petrópolis, diante de meus familiares, invisíveis para mim diante da multidão que ocupava toda igreja. Procurava meus pais e não os encontrava. Sentia-me estranhamente solitário na "casa de Deus".</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Depois de cumprir todo o cerimonial, exaustivamente treinado pela Irmã, recebi a hóstia sagrada, segurando um pratinho de prata como apoio. Lembro-me do reluzente sapato preto engraxado por meu pai e a camisa de manga comprida e quente, engomada com perfeição por exigência da cerimônia religiosa.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Do momento que recebi a oferenda das mãos do padre, o pior aconteceu. Apesar das muitas orações para me redimir diante dos pecados cometidos, ainda me encontrava impuro. A hóstia sagrada me denunciou e colou no céu da boca. O que se seguiu foi uma enorme angústia e medo, muito medo. Não conseguia abrir a boca, acreditando que a hóstia se transformaria em "carne e sangue de Cristo" com me avisaram. Chorei de medo e culpa em silêncio, apenas as lágrimas denunciavam a dor que sentia, e que foram interpretadas por muitos como felicidade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Depois de alguns minutos, a hóstia se dissolveu, assim como o restante da cerimônia para mim. Não tive coragem de dizer aos meus pais o que havia acontecido e não disse até hoje. Terminei o dia entristecido e molhei o travesseiro com lágrimas, antes de adormecer.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Agora não importa mais. Entretanto, comunguei pouquíssimas vezes depois, até decidir nunca mais fazê-lo. Esse foi o primeiro passo para romper com a Igreja Católica e seus dogmas. Mas posso garantir-lhes, que o Deus que eu creio e a fé que guardo em meu coração, como uma centelha divina, crescem a cada dia.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Esta semana sepultei de vez, qualquer vestígio de culpa ou pecado que ainda existiam dentro de mim. Não temo mais a Deus, ele está do meu lado, e o que é melhor, temo cada vez menos a minha consciência à medida que a expando.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">É bom saber que não pertenço a esse mundo. Acredito de verdade que estamos aqui de passagem. Que nada possuímos e nada pode nos possuir. Que a FÉ é o único refúgio que tenho para estar junto a Deus, meu criador, que ao ter me tocado com sua centelha de vida, me permite estar aqui e agora, vivo, muito vivo!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
</div>
Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-81133202531243697822013-04-17T17:46:00.001-03:002013-04-17T17:46:56.616-03:00O passado e o futuro não existem no presente!<div style="text-align: justify;">
Tenho que tomar decisões definitivas que adiei por mais de uma década. Agora chegou o momento de reescrever a minha história. Não que tudo que vivi fosse ruim, mas como um aluno disposto a aprender cada vez mais, não posso me dar o desfrute de achar que tudo está do jeito que imaginei. Se a cada amanhecer me reconstruo, não tenho como acreditar que a minha vida já me supre emocionalmente e espiritualmente.</div>
<div style="text-align: justify;">
Estou de mudança. Estou me desprogramando e reprogramando. Chegou aquele momento crucial que decido dar início à grandes mudanças. Não tenho mais como esperar e por conta dessa impaciência que me envolve, parto para ação.</div>
<div style="text-align: justify;">
Se estou acelerando isso significa que cansei de puxar ou empurrar quem está ao meu lado. Vai andar sozinho agora e se quiser a minha presença, que acompanhe meus passos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Quando vivo esses períodos, tenciono as relações humanas. Vou falar o que penso sinceramente. Vou cobrar mudanças, considerando que estou mudando, me tornando melhor. Isso quer dizer, que se for necessário, vou jogar o que eu quiser no ventilador!</div>
<div style="text-align: justify;">
A vida tem me mostrado o lado bom dos defeitos. Por vezes eles me são bem úteis, mas dentre os que mais aprecio, são aqueles que não são meus, como o egoísmo. Sempre fui pouco egoísta e muito disponível, um cara de coração aberto para ajudar. Mas agora decidi não estar mais disponível para muitos dos meus semelhantes. Vão ter que aprender a se virar e eu não estarei nem um pouco interessado em como irão proceder. Já me disseram que isso não é ser egoísta, mas o fortalecimento de minha autoestima. Eu posso ser muito intenso, tanto para o bem como para o mal.</div>
<div style="text-align: justify;">
Lendo uma crônica da Martha Medeiros, publicada no último domingo, me identifiquei com a atitude saudável da escritora. Fuja de gente desequilibrada e arrogante, ela escreveu. Estou me esgotando muito rápido com pessoas que não aprendem com a experiência e se quer conseguem ter a dimensão que suas atitudes tomam nas relações diárias e no seu entorno imediato.</div>
<div style="text-align: justify;">
Por isso, estarei disponível para poucos a partir de agora e mesmo assim, desde que não me sinta usado ou levando a pior. Esse<em> post</em> deveria ter o título: Chega! </div>
<div style="text-align: justify;">
Sinto que só posso realizar o que tenho em mente se agir assim, caso contrário, o dia-a-dia me toma por completo. Sinto-me sobrecarregado por ser eficiente, competente e disciplinado. Preciso realizar meus projetos e para tal, estou deixando para trás tudo e todos que se transformaram em um fardo inútil para carregar, inclusive os sentimentos ruins que surgiram por conta dessa situação, também ficarão para trás.</div>
<div style="text-align: justify;">
Estou seguindo a minha vida com passos firmes agora e não me peça para olhar para trás. O passado teve o seu valor para ser quem eu sou hoje, mas está morto! O futuro é uma fantasia inútil que apenas gera ansiedade e um brutal desgaste energético. Prefiro o presente. No presente eu posso atuar diretamente. No presente eu sou tudo e tudo posso. O presente bem vivido traz a certeza de um passado bem aproveitado e lança uma luz de esperança no futuro.</div>
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Aprendi que o maior legado não é o que deixarei para o futuro, mas o que deixo no presente, no contínuo presente que nunca se esgota. Dessa forma, vejo a profundidade de cada palavra, de cada gesto, de cada atitude e de cada exemplo. Pensamos que existe passado, presente e futuro, mas só o presente vivido intensamente tem significado, o passado e o futuro não existem.</div>
Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-19919881981935616332013-02-17T21:22:00.001-03:002013-02-19T11:08:42.099-03:00As diferenças são os desafios de uma vida.<div style="text-align: justify;">
É ao mesmo tempo desafiador e frustrante conviver com pessoas tão diferentes. Diferentes por conta de um comportamento visto por mim como materialista, superficial e até mesmo tolo. Um desafio do qual não tenho como fugir.</div>
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Tenho aprendido a conviver com pessoas que não me dão a chance de mostrar quem eu sou. Já demonstraram que não apreciam a minha presença.<br />
Estou aprendendo que posso ser alvo de críticas por aqueles que jamais poderia supor. Pena que essas críticas ainda não foram verbalizadas, pois eu poderia aprender com elas, validando-as ou não. <br />
Mas eu percebo o incômodo que causo quando um vazio que se constrói nos encontros. É frustrante conviver com um acerto que parece não chegar.<br />
Vejo-me em parte refletido em muitas pessoas, que diferente de mim, não se colocam na posição do outro e nem possuem a minha coragem de deixar transparente quando não aprecio atitudes desequilibradas, palavras nocivas e comportamentos destrutivos. Aprendi a ouvir, para depois falar.</div>
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Já me disseram que a minha habilidade em dissecar as pessoas pelo seu discurso cria constrangimentos, mas eu tenho uma percepção da alma humana que não pára de se expandir, mas aprendi a guardar o silêncio e as críticas para mim mesmo, na maioria das vezes.</div>
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Hoje mesmo falei com uma amiga que a confiança perdida nunca se recupera. E que a crítica que faço não é destrutiva, mas um sinal do quanto eu me importo. Se passar a ficar em silêncio diante do que considero errado, é sinal que não me importo mais. E posso dizer para vocês que me acompanham, que tenho aprendido a fazer um silêncio interior maravilhoso! A viagem para dentro de mim é um dos maiores focos da minha vida.</div>
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Tenho diferenças com muitas pessoas, mas todas (inclusive eu) tem a oportunidade de um recomeço, pois posso me colocar no lugar delas em muitas situações. As diferenças existentes agora ficaram pequenas frente ao que temos em comum, como a convivência de muitos anos, de momentos inesquecíveis que guardo com profundo carinho em meio às minhas lembranças. Já aprendi a força que tem a compaixão e não faço julgamentos precipitados.</div>
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Existem semelhantes que não fazem parte da minha história. Optaram por não fazerem parte da minha vida. Não querem aproximação, preferem a distância que já me machucou silenciosamente no passado, porém, hoje não mais. Aceito que cada alma aqui tem o seu tempo de crescer, amadurecer, florir e frutificar. E se não posso amar a pessoa, amo o ser humano, como amo a humanidade que pertenço.</div>
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Nem sempre estar disponível é o suficiente. De que adianta dar um abraço para quem não sabe o valor da amizade? De que vale o beijo, se o amor não é correspondido? De que vale uma palavra quando não queremos ouvir?</div>
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Sou formal e educado com as pessoas que não conheço ou que não aprecio a companhia, mas estou disposto em muitos casos, a buscar com minha intuição o que cada um deixa transparecer de melhor. E quando vejo, sinto e valido, me aproximo. Por vezes, vejo no outro eu mesmo refletido e me surpreendo.</div>
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Pensei que todos fossem repletos de boas intenções com eu. Pensei que todos fizessem uso da mesma sinceridade que eu. Pensei que todos, assim como eu, buscassem um sentido mais amplo para nossa tão pequena existência...e me iludi mais uma vez, mas não perco as esperanças que se renovam dentro de mim continuamente.</div>
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Tenho ainda muito o que realizar, apesar de não saber o tempo que ainda tenho pela frente. E confesso que a incerteza nesses casos é melhor. Motivos para lutar nunca faltaram. O que sinto falta são de encontros e abraços com aqueles que me entendem e me amam. Queria tanto voltar a conviver com pessoas que a vida se incumbiu de nos separar. Lamento não ter criado vínculos mais profundos, apesar de que muitos vínculos que eu considerava indestrutíveis se romperam com o sopro de uma brisa!</div>
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Tenho muito orgulho do meu passado, apesar de achar que o meu presente podia ser melhor em muitos pontos. Sei que só depende de mim para mudar ou adequar-me no aqui e agora, mas a tristeza me abate quando os meus esforços não produzem efeito. Eu ainda acredito e confio em propósitos maiores.</div>
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Me orgulho de ser quem eu sou, não melhor do que ninguém, mas diferente e uma excessão em muitos pontos. Quem diria que aquele menino moreninho, tímido, silencioso e de largo sorriso se tornaria no que sou hoje? </div>
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Guardo a minha infância como o melhor período da minha existência atual. Eu fui uma criança amada e a felicidade sempre se estampava em meu sorriso e em meus pequenos olhos castanhos. O brilho nos olhos que tinha quando criança se foi para sempre, eu não o tenho mais, mas aquele menino nunca morrerá dentro de mim.<br />
Agradeço a DEUS por me dar pais que me amam verdadeiramente. Esses pais nunca me faltaram, mesmo nos momentos dramáticos e difíceis e sempre poderão contar comigo. Fui e sou um filho agradecido, esforçado e que sempre os amará.</div>
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A minha infância foi rica em experiências positivas, mas também deixaram lembranças melancólicas que estão vindo à tona recentemente. <br />
Fui preterido muitas vezes por meus parentes. Eu nunca recebia qualquer tipo de elogio, mas ouvi meus primos receberem elogios na minha frente, mesmo não sendo merecedores. Eu não era bonito ou inteligente o suficiente? Eu sempre me esforçava para ter algum reconhecimento, mas sempre perdia. Eu só não fiquei com a minha auto-estima destruída por causa dos meus pais, que me chamavam de príncipe e me envolviam com abraços, beijos e palavras de conforto, a cada vez que chegava abatido e com os olhos úmidos em casa.<br />
Lembro-me que quando passei no vestibular para a UFRJ, aguardei pelos cumprimentos que não chegaram, mas ouvi críticas que morreria de fome sendo professor, que não teria uma futuro etc.<br />
Mas não desisti pelos meus pais e hoje cheguei aonde muitos deles jamais alcançarão. Eu não morri de fome, mas morro de amor pelo que faço.<br />
Amanhã estarei em sala novamente após 28 anos de magistério. Eu estou recomeçando mais uma vez.<br />
Eu renasço a cada dia mais experiente e sempre acompanhado do bem mais valioso que recebi na vida: a companhia Divina que me acalenta em meio aos desafios de uma vida abençoada.</div>
Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-6882445720578438122013-01-13T17:43:00.000-02:002013-01-27T15:35:51.457-02:00O café dos benditos!<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Acabei de passar um café cheiroso. Apesar de não ser um apreciador da bebida, adoro o cheiro do café. Faço café em casa raramente, pois acabo usando o solúvel por comodidade, diretamente no leite. Mas em compensação faço café para os professores do Liceu Municipal e do Colégio Pedro II. Faço café também na casa dos meus pais, na casa de meus sogros e quando visito amigos queridos, sem contar na casa de parentes mais próximos.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Tornou-se um ritual cheiroso em minha vida. Costumo acrescentar canela em pó ou aniz estrelado ou ainda, uma colherzinha de chocolate de 1a. qualidade. Assim, o cafezinho que brinco de fazer, passa a ter um toque <em>gourmet</em>. Aprecio cafés diferenciados (em pó ou grão). Sentir o aroma e o sabor é um ritual de muito prazer, que só faz sentido quando aproxima as pessoas. Não costumo tomar café sozinho, mas bem acompanhado. Sinto falta de longas conversas regadas a um café passado no coador de pano e servido em um bule bicudo.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Perguntei a minha mãe se ela podia me dar o seu bule para mim. Mas ela disse que existiam maneiras mais modernas de fazer um bom café e afirmou que eu estava envelhecendo. Achei o máximo e desliguei o telefone feliz e determinado em encontrar um bule das antigas.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Sinto falta de longas conversas com quem tenho afinidades. Faltam oportunidades para encontros. O tempo parece não ser suficiente, além de correr contra nós.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Muito me orgulho da minha memória. Sinto orgulho do que já vivi e acho que o saldo foi muito positivo, considerando que estou envelhecendo com muita tranquilidade. Sempre me deram mais idade do que realmente tenho, tanto por minha aparência física como por meus pensamentos.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Fui preterido na infância e adolescência por me comportar diferente. Lembro-me quando o meu avô materno, sorteou a sua atiradeira de infância entre os netos presentes. Eu fui o ganhador e fiquei revoltado em saber que era para matar passarinhos. Devolvi ao meu avô na hora, que ficou visivelmente constrangido. Sempre odiei pássaros em gaiolas. Todos que eu pude libertar, libertei. Libertas que será também, aprendi na adolescência.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Agora há pouco, minha filha e sua melhor amiga chegaram aqui em casa pedindo uma caixa de sapatos. A caixa serviria para colocar uma velha sabiá encontrada tonta em meio ao jardim. As meninas nos apresentaram a sabiá, que parecia estar abatida, mas não ficava de pé. Providenciaram alpiste obtido na vizinhança. Deram para a pobre ave água pela seringa e um pouco de banana amassada que foi consumida rapidamente. Agora foram levar a sabiá para passear e assim respirar ar puro.</span><br />
<span style="font-family: Georgia;">Tenho para mim que estar presente (de corpo e alma) diante das situações cotidianas, é uma boa forma de viver leve e sem apegos desnecessários. Hoje achei surpreendente o que li na coluna de Martha Medeiros e que retrata perfeitamente o que venho sentindo. É arrebatador e libertador ao mesmo tempo.</span><br />
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"Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apena<span class="text_exposed_show">s fazem o melhor que podem. Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre".<br /> </span> </div>
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Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4985782297595293929.post-25401841490694320762013-01-07T15:07:00.002-02:002013-01-07T15:07:21.545-02:00Hoje é Dia de Reis<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Hoje é o Dia de Reis. Acordei hoje querendo ouvir uma voz que me é familiar há 50 anos. E não perdi tempo. Logo que pude, liguei para uma das minhas primas mais amadas que aniversariava hoje. Apesar de estar distante fisicamente, a única forma de contato que tenho com ela é um celular, pois nem o seu endereço tenho. Mas não existe distância que diminua o que sinto por ela.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Fiz a ligação um pouco antes da hora do almoço, de forma a não interromper a sua refeição, pensei eu. As palavras trocadas foram poucas, mas suficientes para que eu soubesse que ela estava bem. Nossa amizade é antiga e por muito tempo aprendi, observando suas grandes limitações físicas, a ser um primo presente e disponível a ajudar. Foi bom ser ouvido e reconhecido depois de tanto tempo. Melhor ainda, ouvir a sua voz.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Cresci convivendo com as dificuldades e dramas que ela passou e nunca fui capaz de tratá-la com diferença. E olha que eu aprendi cedo o significado da palavra preconceito.</span><br />
<span style="font-family: Georgia, "Times New Roman", serif;">Havia dentro de mim um profundo respeito diante do sofrimento que ela experimentava diariamente. A paralisia cerebral trouxe um grande comprometimento em seus movimentos, mas não foi capaz de afetar o amor espontâneo e a cumplicidade que surgia entre nós. Apenas pessoas muito fortes seriam capazes de sobreviver diante de desafios dessa ordem. Assim, minha prima era uma guerreira aos meus olhos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia;">Meus primos e primas achavam que eu era bobo, afinal qual era a graça em brincar com ela? Pude sentir com clareza o quanto foi rejeitada por sua condição especial e os olhares preconceituosos que a excluíam continuamente da convivência do "mundo dos vivos".</span></div>
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<span style="font-family: Georgia;">Por outro lado, via uma relação de amor intensa com sua mãe. Esse amor também trazia um misto de revolta, que por vezes fugia ao controle.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia;">Acompanhei-a bem de perto até a idade adulta e o agravamento de seu quadro físico. É uma agonia lenta e cruel, que a levou hoje a ficar a maior parte do tempo em uma cama. Sem contar, os remédios fortes usados para controlá-la, que prejudicam sua fala e seu raciocínio.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Georgia;">Não sou mais capaz de descrever o que sinto por ela. Eu apenas sinto o quanto a amo, apesar da distância física. O que vivi ao seu lado foi suficiente para solidificar uma amizade para sempre. O amor que ofertei e recebi, únicos. Isso faz uma diferença na minha vida e creio que na dela também, mesmo que não tenha a plena consciência.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia;">Recordo-me da minha determinação em fazê-la andar de bicicleta sem rodinhas! Quantas vezes com muito orgulho a segurei para que pudesse dar pequenos passos. Era legal pedir para que me penteasse (quando eu tinha cabelo), ou quando ao voltar da praia, pedia a sua ajuda para retirar a pelinha das minhas costas!</span></div>
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<span style="font-family: Georgia;">E quanto aos seus inesquecíveis aniversários? O cachorro-quente maravilhoso, o bolo de amendoim, recheado de leite condensado e ameixa e o refrigerante de Q-suco?</span></div>
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<span style="font-family: Georgia;">Legal era ver quase toda família reunida para o ruidoso "parabéns para você"! Tínhamos muito o que comemorar. Ela era e é uma guerreira e a cada aniversário, mas uma vitória para ser comemorada. Esse momento era uma celebração para ela, pois nos via todos juntos.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia;">Hoje vejo a minha filha agindo com a mesma paciência e carinho com uma amiga especial. Eu toda vez que vejo as duas juntas, preciso lutar para conter as lágrimas. Seria como sentir aquilo que já experimentei por muitos anos. Mas me orgulho muito de ter semeado esse amor desprendido em minha filha e vejam, eu sabia que tinha feito.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia;">Hoje a minha prima irmã faz 50 anos. Pela primeira vez não vou poder abraçá-la, beijá-la e segurar as suas mãos. Não vai ser possível olhar em seus grandes olhos castanhos e brincar com sua idade. Não tínhamos muitos assuntos em comum, mas as mãos estariam juntas, assim como a nossa cumplicidade de tantos anos.</span></div>
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<span style="font-family: Georgia;">Já pedi a Deus por milagres e vê-la curada seria o maior deles. Mas tenho que aceitar a realidade, que esse milagre não aconteceu por uma razão que ainda desconheço. Mas eu creio que um dia Deus me dará a oportunidade de encontrá-la livre da prisão em que seu corpo vem se transformando. Nesse dia, estarei realizando um encontro tão esperado. O amor que sinto por ela estará intacto para esse encontro. </span></div>
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<span style="font-family: Georgia;">Parabéns, querida Lulu! Que Deus te guarde e abençoe em seu infinito amor.</span></div>
Luiz Fernando Hansenhttp://www.blogger.com/profile/10147651110059535050noreply@blogger.com0