O destino humano é aceitar as perdas e crescer.

    Por vezes eu acho que estou fadado a perder as pessoas que eu amo para a morte e para a vida. Eu e todos os seres humanos compartilhamos o mesmo destino! Perder o que nunca foi e nem será nosso. O que nos diferencia é a maneira pela qual convivemos com as perdas ao longo de uma existência. O uso do livre arbítrio torna-se essencial. Eu posso escolher ser vítima ou aprendender com todas as experiências que as perdas trazem. A partir desse ponto, eu passo a ter o controle presencial da vida que vai seguindo o seu curso natural. 

    Hoje mesmo conversava com a Ana durante o preguiçoso café da manhã de domingo e constatávamos a brevidade da vida e o desperdício de acumular recursos e um patrimônio que não poderemos usufruir na eternidade. Não há o menor problema em acumular um patrimônio ao longo da vida. Considero que viver com segurança e conforto, pode possibilitar uma vida menos focada na sobrevivência diária. Assim, penso eu, que fica mais fácil ajudar a quem precisa de verdade, desde que não percamos de vista a nossa verdadeira missão, a razão pela qual nascemos e continuamos vivos. 

    Usar o que construímos ao longo de uma vida, pode ajudar a realizar a nossa missão a princípio, mas na maioria das vezes, ela acaba nos enredando no materialismo e atrapalha tudo. Da mesma forma, a pobreza pode endurecer corações e mentes e resumir a vida em sobreviver dia após dia. A expansão da consciência ao longo da vida é que será capaz de ir ampliando o sentido que precisamos dar à nossa existência.

    Eu preciso incluir o respeito à pobreza que me cerca. A pobreza pode ter várias nuances. Pode ser a pobreza que machuca e tira a esperança dos seres humanos; pode ser a pobreza que embrutece o viver; pode ser a pobreza de espírito que tornam homens rudes e cruéis etc

    Me surpreendo com os meus apegos emocionais. Mas a renúncia é tão libertadora que tenho me assustado em dar início a esse processo e não parar mais. Sinto medo pelo que pode acontecer. Por estar mais próximo da morte, tenho refletido sobre a minha vida. Resta-me pouco tempo para resolver pendências que foram adiadas, mesmo sabendo que não sei se conseguirei resolvê-las, mas ficar imobilizado está fora dos meus planos.

    






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