Esperando pelo espírito de Natal mais uma vez!

Mais um Natal se aproxima em nossas vidas. Mais um Ano Velho se despede para dar lugar a mais um Novo Ano. 2010 chega carregado de mudanças e expectativas muito positivas. As mudanças foram se estruturando ao longo de todo 2009 para que finalmente acontecessem no novo ano. Já as expectativas estão diretamente relacionadas às mudanças, pois serão decorrente delas.
Não tracei planos absurdos e nem vou dar grandes guinadas em minha vida, mas a possibilidade de fazer diferente me seduz muito. Eu acho que é isso; a partir de agora posso fazer diferente, aliás sempre pude, mas agora compreendo que estou tomando as rédeas da minha vida. Claro que não tenho o controle total de nada, mas já sou capaz de ver para onde estou indo e ir mudando a direção sempre que quiser. Imagine uma carruagem. Eu sou o cocheiro (profissão do meu bisavô paterno). Tenho em minhas mãos todos aqueles cavalos que seguem rápido, mas sob o meu comando.
É interessante ver que podemos não só fazer diferente. Hoje posso ver e sentir para onde caminha a minha vida. Há tempos sei que sou capaz de sobreviver nesse mundo muito louco, aconteça o que acontecer. Pode parecer arrogante falar assim, mas é como sinto agora. Já sobrevivi corajosamente à situações e pessoas difíceis e um dia terei que sobreviver à ausência daquelas que mais amo na vida, e em nome desse amor incondicional partilhado, serei forte o suficiente para suportar essas grandes perdas e continuar vivendo. Farei isso em respeito a tudo que fizeram por mim.
Pode parecer que estou melancólico com a proximidade do Natal, mas não estou. Esse é um período mágico de encontros, onde as diferenças passam a contar pouco para mim. É um período de braços abertos e muitos beijos. As demonstrações de carinho tornam-se mais intensas, ou pelo menos deveriam ser e se estender por todo ano que vai chegando devagarzinho. Pouco importa se quem eu abraçar não partilha a mesma emoção que eu. O que vale é o que eu sinto e que me faz bem.
Não existe nenhum impecílio para que sejamos felizes. A felicidade não é um sentimento que se esconde em cada esquina. Não pode ser comprada como um presente. Ela é um estado de espírito que vai se conquistando lentamente. Por isso, nesta época do ano não entro nessa roda-viva consumista e desesperada em que boa parte da população vive.
Por que preciso deixar para resolver a minha vida nas quatro últimas semanas do ano? Preciso sair atropelando a tudo e a todos para fazer tudo o que deixei de fazer ao longo de todo ano?
Por que uma ceia de Natal precisa ser uma orgia gastronômica, daquelas de deixar um saldo culposo de calorias? É assim que encontramos a felicidade?
O que precisamos é relembrar do significado do Natal em nossas vidas. Colocar em prática minimamente o que o aniversariante fez, não trará mal nenhum.
Não tenho nada contra a troca de presentes ou me sentar em uma mesa lindamente decorada e com pratos deliciosos. O que me angustia é o desperdício de alimentos e a escassez da fraternidade entre as pessoas. Pouco importa se vou sair da mesa com fome, aliás, até prefiro. Mas é triste ver no que uma celebração tão especial vem se transformando.
Já preparei algumas ceias de Natal em minha casa e por mais que procurasse receber bem meus convidados em meu pequeno palácio, sempre ficava faltando alguma coisa. Por isso, decidi adiar as ceias temporariamente. Preciso fazer uma reestruturação.
Respeito as diferenças humanas, mas não sou hipócrita de dizer que não me importo com elas. Em certos casos, quero que a convivência com certas pessoas não dure mais do que algumas horas. Não me sinto separado da humanidade, mas preciso me cercar de pessoas com as quais me sinta bem, que eu possa conversar relaxadamente e confiar meus sentimentos. Chegando próximo dos 50 anos, o que me interessa é a qualidade e não mais a quantidade. É chato ficar discutindo assuntos tolos o tempo todo, por isso na minha condição de provocador, sempre que posso, puxo o assunto para temas mais profundos. Mas não costumo usar essa estratégia com tanta frequência. Muitas vezes, fiquei falando sozinho, pois ninguém queria ser transparente como eu estava sendo. Hoje, quando o assunto se torna enfadonho, despeço-me e vou para casa. Pior é constatar que tenho feito isso cada vez mais.
Dia desses contabilizei quantos amigos verdadeiros eu tenho. Acho que não ultrapassaram 8 de meus 10 dedos das mãos. E o mundo tem 6,5 bilhões de habitantes! Vejo que somos todos muito solitários!
Amizades precisam ser construídas, podendo levar muitos anos ou bastando apenas algumas semanas para se formalizem. Mas podem sucumbir em segundos se não forem bem sólidas.
Lembro-me que já escrevi sobre Natal em um post neste blog. Eu revivia lembranças da infância que me fizeram chorar na frente do meu PC, agora posso confessar...
O meu Natal de 2009 está mais racional e seletivo, mas nem por isso, menos festivo, esperançoso e profundo. Vou atrás de olhos que possam dividir comigo uma secreta cumplicidade na data mais importante do ano. Vou acertar meu passo com aqueles que já trilham o mesmo caminho que eu, e acima de tudo pedir a Deus que possa tocar os corações daqueles que ainda terão muito que caminhar. Quem sabe poderemos nos (re)encontrar um dia. Eu estarei esperando e tomara que seja de braços abertos.

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