Incompleto, inacabado e em construção.

Várias pessoas já saíram de minha vida há tempos. As razões são inúmeras e vou tentar dar os motivos. Mas o importante é destacar que as que permanecem, as que chegaram e as que chegarão. Muito breve estarei escrevendo sobre elas.
Alguém já fez as contas de quantas pessoas convivemos ao longo de uma vida?
Sempre acredito que ganhamos mais dos seres humanos do que perdemos. Não gosto de contabilizar perdas, mas ganhos. Por isso, tento aqui compreender esse complexo cálculo. Muitas pessoas...
  • saíram, porque a vida, ao longo de seu curso, naturalmente nos separou. Foram para muito longe, ficando física e emocionalmente distantes. Deixaram lembranças que hoje me são frágeis, na maioria das vezes. As recordações estão perdendo o foco com o passar dos anos.
  • saíram, por opção pessoal. Buscaram a distância em função de vidas atribuladas a nível emocional e profissional. Por alguma razão não revelada, preferiram viver de lembranças, fechando-se para o presente. Posso dizer que quando as encontro, vejo e sinto que perderam o brilho no olhar. Poderiam retomar e sustentar uma amizade que daria muitos frutos, uma vez que estamos mais maduros. Respeito a escolha de cada uma delas, apesar de lamentar a distância.
  • Saíram, porque eu não permiti que continuassem ao meu lado. Aprendi com elas o quanto a minha super exposição me deixava vulnerável. Além do mais, não suportava mais as provocações, insinuações, ironias e deboches. No more lonely nights.
  • Saíram, porque não conseguimos constituir um vínculo depois da infância. Deixaram uma saudade gostosa e sempre que nos encontramos, fica visível nossa cumplicidade. São abraços e beijos rápidos e em silêncio. Algumas já estão voltando, afinal de contas, o tempo está ficando escasso.
  • Saíram, apesar de ainda não terem se dado conta disso. Ainda acham que podem me afetar com comentários inoportunos e infantis. Acabo rindo muito e vejo como o meu silêncio continua a incomodar.
  • Saíram, levados pelo destino final de todos nós. Deixaram lembranças maravilhosas, me marcaram tão profundamente, que tenho um baita orgulho de tê-las conhecido e convivido um dia. Tornaram-se referências importantes de generosidade, integridade, ética e desprendimento. Muitas vezes me pego chorando ao lembrá-las e como gostaria que estivessem ao meu lado nesse instante de minha vida.
  • Saíram, pelo mesmo motivo acima, mas mal consigo me lembrar de seus rostos. Não deixaram nada que me valesse recordar. Não deixaram ressentimentos ou sentimentos. Simplesmente se foram.
  • Saíram, mas permanecem ao meu lado fisicamente. Não me deram opções para que fosse diferente. Minaram aos poucos as relações comigo ao longo dos anos, me deixando cada dia mais perplexo diante de suas atitudes e descrente quando ao que realmente sentiam por mim. Para me preservar emocionalmente, preferi o silêncio e o olhar desviado, para que não pudessem me magoar mais.

Mas sabe o que me surpreende? Sempre as amarei. Não sei como consigo, talvez porque o sentimento chamado amor é o mais forte de todos e pode, caso eu queira, mudar a história deste último parágrafo. Chegará um dia em que serei corajoso e seguro o suficiente para fazê-lo.

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