Moeda

A manhã de hoje foi desgatante. Acordei sabendo e preparado para o que me aguardava. Acreditei que seria um encontro entre pessoas, que por sua formação, tivessem a capacidade de falar, fazendo uso de respeito, ética e bom senso. Mas mais uma vez percebi a arrogância e a prepotência de quem vive no meio acadêmico. E posso dizer que este não é o meu mundo.
Consegui ouvir em silêncio, para depois falar. Avaliei, ponderei, me coloquei no lugar do outro. Senti que precisava agir com respeito, firmeza e racionalidade, mas sem perder a suavidade, demonstrando que para tudo há uma solução, alternativas e que de fato o problema seria simples de resolver, como de fato é.
Mas acabei sendo atacado pela arrogância, pela falta de ética e desrespeito ao meu trabalho. Foi deprimente, pois respingou até em minha pessoa. Quem falava usava um discurso que conheço bem. São aquelas pessoas que se colocam dentro de uma torre de marfim e vez e outra descem para mostrar o seu poder. Ameaças sutís, críticas infundadas e levianas só tem um destino: serem ouvidas e depois, desprezadas. Por sorte tive testemunhas a meu favor. Fiquei imaginando se eu fosse uma pessoa mais simples. Creio que seria tratado de uma forma bem pior.
Não dá para considerar julgamentos prepotentes de estranhos. E pior, passionais e repletos de contradições. Ficou claro o conflito familiar, assim como culpas e frustrações em meio a uma carência emocional. Quero ser capaz de aceitar e reconhecer as limitações de minha filha, e se tivesse outro filho diferente de mim, me empenharia ao máximo para não perdê-lo.
Fui almoçar ligeiramente enjoado. Poderia ter dito mais, talvez mostrar do que sou capaz no momento em que sou injustiçado. Mas não valia a pena. Me tornaria igual. Me faria pequeno. E além do mais, decepcionaria a instituição de ensino que faço parte com muito orgulho, e mancharia o meu trabalho como educador há 23 anos.
São esses os desafios diários que me fortalecem. Tenho consciência clara do meu trabalho e do que ele significa em minha vida.
Como educador e homem, estou aberto ao diálogo, mas fale claramente. Respeite-me se quiser me ter como ouvinte.
Agora, mais tranquilo e menos envolvido com o desgaste matinal, estou certo que agi bem. Muito melhor que retrucar na mesma moeda.

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