Ressentimentos

Tenho pedido a Deus para me libertar de antigos ressentimentos e impedir que novos não durem mais do que 24 horas dentro de meu coração. Depois de ler um livro simples, mas forte, chamado "O cavaleiro preso na Armadura" de Robert Fisher, descobri que ainda preciso tirar o colete que me protege há tantos anos, permitir que meus sentimentos sejam expostos com coragem e libertar-me dos ressentimentos que me tiram o ar muitas vezes.
Eu jamais poderia acreditar que hoje eles me pesassem tanto nos ombros. Eu acredito que por causa deles estou com uma hérnia cervical. Meus ombros doem toda vez que carrego um peso e ao final do dia sinto dores que atingem meu pescoço; nada desesperador, mas o suficiente para me lembrar que meu corpo não é mais o de 30 anos atrás. Estou aprendendo com meus limites físicos e a cuidar de minha saúde como nunca havia feito antes.
Por outro lado, as dores não me deixam esquecer do peso silencioso e doloroso que carrego há tantos anos. A vida me preparou mais para a defesa do que para o ataque, mas toda vez que precisei atacar surgia uma coragem "não sei de onde" que só me fazia parar quando alcançava meus objetivos. Entretanto, me defender não demandava tanto esforço e eu sempre sobrevivia, mesmo ficando muito magoado e entristecido. Muitas dessas mágoas transformaram-se em ressentimentos e sempre envolviam pessoas que eu amava muito.
Boa parte desses ressentimentos perderam o sentido, até porque hoje posso compreender melhor o passado e ver e sentir as pessoas com mais imparcialidade. Mas outra pequena parte de meus ressentimentos, confesso, são mais resistentes do que poderia supor. Por conta disso, decidi por um fim neles definitivamente. Não sei quanto tempo vou levar, mas não vou desistir por nada. Essa será uma batalha e tanto.
Tenho aprendido muito nos últimos anos, expandindo minha consciência e com muita coragem assumindo tudo o que sou e principalmente, a minha própria vida. É o que estou fazendo aqui agora. Não tenho reservas ao escrever sobre as transformações que estou vivendo e o quanto tenho aprendido com elas. Da mesma forma, que não posso (aliás, nunca consegui) "tampar o sol com a peneira", tentando ser o que nunca seria, por mais que sentisse até mesmo uma ponta de inveja. A inveja que senti um dia foi muito útil para me motivar a ser melhor, sem com isso querer destruir quem fosse melhor do que eu.
Muitos amigos já me condenaram pela exposição, mas eu fui preparado por Deus para ser transparente comigo mesmo diante de qualquer situação. Até uma astróloga já me falou isso!
Tenho lutado bastante em 2010 e estou aprendendo a atacar minhas fraquezas. Já estou detonando meu orgulho e agora vou partir para meus ressentimentos. Eu preciso aprender a perdoar de verdade e liberar meus coração dessa angústia.
Preciso renunciar aos pensamentos negativos e de vingança que alimentam meus ressentimentos e deixá-los morrer de inanição.
Por que decidi tomar essa atitude? Porque tenho convivido com pessoas que como eu guardam muitos ressentimentos, e sofrem muito por conta disso. Elas tem consciência das mágoas, sabem de onde se originaram, mas não conseguem fazer nada para mudar. Possuem uma atitude egoísta pois não conseguem dividir suas mágoas abertamente com ninguém e por conta disso, acabam paralisadas pelo medo e repleta de culpas, até porque gostariam de ser diferentes, mas não sabem como dar o primeiro passo ou decidiram não fazê-lo.
Eu não me enquadro neste perfil, mas se não fizer nada a partir de agora, em pouco tempo farei parte desse seleto grupo arrogante e ressentido com a vida.
Temos um tempo de vida limitado e não quero deixar para trás nada, nenhuma dor para ser resolvida em outra vida, até porque não sei se teremos uma nova chance. Caso tenhamos, vale aqui a máxima: Não deixe para fazer depois o que você devia ter feito há tempos atrás. À medida que os ressentimentos forem sendo resolvidos, a sua capacidade de amar vai se expandindo proporcionalmente. Isso é um bom motivo para você, assim como eu, iniciar essa nova jornada.
Libere o seu coração para a sua função primordial: amar incondicionalmente. Essa é uma das muitas receitas para ir de encontro ao que chamamos de paz.

Comentários

Cacarina disse…
Olá!
Que texto mais bonito, porque tão inteiro! Fez muito bem chegar até suas palavras!
Um abraço,
Claudia

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