Fica comigo, Papai! (texto resgatado de um blog de 2006)

 Ficar junto das pessoas que amamos é muito bom. Principalmente quando é a tarde de um domingo chuvoso e frio em Petrópolis. Pode parecer piegas escrever sobre as pessoas que amamos, diriam alguns, mas é sempre bom cultivar esses pequenos prazeres na vida. Fica fácil lembrar de experiências ruins e pessoas desagradáveis, das quais só queremos que fiquem no passado, ou ainda, que permaneçam distantes de nossos olhos (hoje estou mais sutil).

Mas quando me faço lembrar das pessoas que amo e que me amam...AH! A vida passa ter 650 milhões de cores!
No dia-a-dia deixamos muitas vezes de dar um abraço apertado, um beijo gostoso, ou até mesmo de dizer, o quanto são especiais para nós. A relação parece ser tão fácil que dispensa tais delicadezas. Não é bem assim. Uma relação precisa ser cultivada, mesmo quando o seu crescimento é espontâneo. E quando fazemos isso, basta deixar rolar, o que é muito bom e realizador. Bem que poderia ser assim com todas as pessoas que convivo. Estou certo que não existem pessoas 100% ruins e muito menos 100% boas. Mas se sou capaz de me reconhecer assim, fica mais clara a imagem que passo a ter do próximo e de mim mesmo.
Existem traços bons no próximo que muitas vezes deixamos de perceber, pois é mais fácil reparar características que nos desagradam. Já sei o nome dessa estratégia: separatividade. Tenho lutado bastante contra a separatividade em minhas relações. Tenho conseguido VER as pessoas com um olhar mais compreensivo e a mim também. Isso tem feito uma diferença enorme, pois passei a me sentir parte integrante da humanidade. Reafirmo e assumo minhas falhas e deslizes com mais naturalidade e menos culpa, quase nenhuma culpa, considerando que estou "batalhando" para ter consciência delas e não cometê-las novamente.
Volto a escrever sobre um dos meus maiores prazeres. Ter minha filha aninhada em meus braços e vê-la adormecer lentamente. A sensação é indescritível pois ela deposita em mim uma confiança única e que muito me emociona. Sei a importância da confiança que depositamos nas pessoas que amamos e nos amam. Por isso, quando senti que o seu sono já era pesado, levei meu bebê ao seu quarto rosa chá, coloquei-a no berço quentinho e agradeci pela milionésima vez a Ele, o maravilhoso compromisso que me deu: ser pai.
Depois sai de mansinho, fechei a porta, desliguei a TV e fui cair nos braços da mãe de minha filha.

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