Tenho que aparar o cavanhaque!


Muitas vezes sinto que tensiono as minhas relações, seja com o mundo ou seja com as pessoas. Nessa horas, sinto o quanto ainda preciso me desarmar. Quando me recordo e revejo não só as situações que se tornaram um aprendizado para mim, e lembro-me daquelas em que foi preciso muita coragem, ousadia e determinação para que também fossem úteis em meu amadurecimento, sinto um gosto amargo na boca e me coloco na posição de ataque, mesmo sabendo que não preciso mais agir assim. Não tenho mais do que me defender e muito menos razões para atacar.

Com o passar dos anos venho me desarmando. Venho escrevendo muito aqui sobre isso. Por vezes, precisaria agir com energia, mas sinto que seria um desgaste inútil, pois existem formas mais inteligentes e respeitosas de convivência.

Mas restou uma indignação quando me permito ser afrontado. Não gosto que me digam o que fazer, sem antes me perguntar se eu estou predisposto a fazê-lo. Eu acho que ninguém "curte" essa atitude manipuladora.

Como observador das relações, elas me esgotam quando vivencio cada uma delas. Esse é um claro sintoma de cansaço ou desgaste emocional. Assim, preciso agir para alterar as situações estressantes ou esvaziá-las. É chato conviver com pessoas oprimidas e radicais em suas crenças e posições, que falam sempre do mesmo assunto e da mesma maneira.

Eu levo muito a sério tudo que escuto, seja para o bem ou para o mal. Não vejo da janela a vida passando. Por isso, esgoto-me depois de muito tempo e sair de cena, é o caminho mais eficiente para me poupar.

Continuo a ser um homem passional, ma non tropo! Tenho o direito de escolher com quem e como quero conviver. Não adianta forçar a barra e muito menos usara de estratégias que conheço bem.

Sei que nesses momentos torno-me uma pessoa de convívio "trabalhoso", ainda mais quando sou desafiado. Eu poderia ignorar as provocações, que muitas vezes são até inocentes, mas existe uma força e uma energia que me habilita a encarar o desafio e partir para o confronto na hora! A racionalidade vai para o espaço!

Meus amigos mais próximos já me viram entrar em ação e ficaram surpresos com a minha mudança. Não sou tão tranquilo como imaginam, aliás, nunca fui, graças a Deus.

Nunca fui homem de fazer "vista grossa" ou de "tapar o sol com a peneira", mas sempre acreditei que cada ser humano tem uma missão a cumprir e que deve assumí-la integralmente. Eu assumo a minha vida. Também seria um absurdo não tê-lo feito depois dos quarenta anos.

Consciente do que faço e sinto, já sou capaz de enumerar minhas virtudes e defeitos.

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