Revendo paradigmas pessoais: parte I

Por que não me dói mais ver o sofrimento de algumas pessoas? Será que a distância física e emocional construídas ao longo de anos, me fizeram capaz de sentir apenas compaixão por elas? Por que não desejo mais conviver com tantas pessoas?
Por vezes, como agora, não sei se estou me tornando mais seletivo ou vivendo a minha vida integralmente. Tenho muito o que realizar comigo. Tenho que trabalhar minhas dificuldades e me resta pouco tempo para me envolver com os dramas alheios, construídos por opção pessoal. Não existe nada mais cansativo do que perceber que muitas pessoas continuam sendo e agindo da mesma forma. Não dá para ouvir lamentações o tempo todo! Isso além de me irritar, enche o saco!
Não existe nada pior do que estender uma corda para quem esta no fundo do poço, realizar um resgate para logo a seguir vê-la cair no poço novamente várias e várias vezes.
Sinto-me cansado de amparar a quem vive por gosto, no desamparo. Como ascender luzes para quem prefere a escuridão? Como acreditar em quem não aprende com seus próprios erros?
Agora em 2009 como nos próximos anos que virão, mais do que nunca preciso ser seletivo. Não sou tão eficiente em ajudar ao próximo como queria. Tenho desistido com mais rapidez por conta de minha impaciência que toma corpo rapidamente.
Conheço muitas histórias. Posso ajudar de verdade, mas só se for solicitado. Sinto que preciso me poupar de toda forma e deixar cada um seguir o seu caminho, seja lá onde ele termine.
Vindo do Rio de Janeiro hoje, ao vislumbrar o céu na Serra da Estrela com pesadas nuvens, cortadas por raios de sol, comecei a buscar explicações para esse momento tão delicado que vivencio.
Todas as vidas precisam de um sentido real. Qual é o sentido que você dá a sua vida? Aonde pretende chegar? Como planeja chegar? O que vem fazendo de sua vida ao longo de tantos anos? Já pensou em usar e abusar um pouco mais ou menos? Já reviu objetivos e os modificou totalmente? Você está certo que esse é o melhor caminho? O que pretende deixar para o mundo quando não estiver mais aqui? Será que as relações com as pessoas precisam ser revistas?
Poucas pessoas já pararam para solucionar seus enigmas pessoais. Eu sempre deixo essas perguntas vivas em meus pensamentos e procuro guiar minhas ações cotidianas nelas.
Fica muito difícil achar um caminho, seja ele qual for, se essa busca não traz um significado individual. Continuar repetindo atitudes destrutivas deixa evidente a visão deformada que temos do mundo, dos seres humanos e, principalmente, de nós mesmos. Por que acreditar que existe apenas um caminho?
Toda vez que uma pessoa que conheço bem me pede um conselho eu nego, delicadamente. Mas se quiser uma sugestão, fico mais à vontade. Conselhos sempre nos colocam numa posição de poder que me incomoda. Toda vez que alguém se habilitava a me dar um conselho, sentia -me em desvantagem. Parecia que meu erro era consciente.
Hoje, pergunto se posso ser sincero. Se a resposta for positiva, não vou sair machucando ninguém, mas vou falar com muita objetividade e racionalidade. Vou parecer cruel, mas estarei sendo apenas verdadeiro e transparente. Posso até surpreender com alternativas. Gosto de dar alternativas e mostrar possibilidades. Gosto de reconstruções. Gosto de me sentir livre para fazer o que gosto, e para ser o que sou.

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