Um presente de Natal!

Sento-me para escrever. Faz frio neste domingo e estou em meio às nuvens, pois mal consigo ver o mundo exterior pela janela. Tomo um chá de folhas de laranja para espantar o desejo de ficar mergulhado nos cobertores.
Estou à espera de um novo e diferente Natal que provavelmente não tem data para chegar. Esse Natal que aguardo será capaz de pulverizar ressentimentos, fará desaparecer feridas abertas, atravessar abismos pessoais em balões coloridos, encontrar semelhanças onde só se via diferenças e acima de tudo, ser capaz de resgatar a todos que amamos e que hoje estão fora do alcance dos olhos. Esse é o meu desejo pessoal para essa data.
Sempre acreditei que o Natal precisasse ser uma comemoração partilhada com as pessoas que amamos. Sempre sonhei com uma mesa repleta de felicidade e sorissos.
O Natal que acredito não está preso em lembranças, mas está pronto para acontecer sempre, como um velho conto de Natal que sempre nos emociona nesta época do ano.
Esse é o Natal cheio de futuro que desejo para todos. Posso reescrever e desejar por Natais com um verdadeiro espírito de união.
O meu Natal quer resgatar pessoas e fazê-las brilhar, como as delicadas lâmpadas das árvores natalinas, trazer contentamento e esperança. Será pleno de abraços apertados (daqueles que de tão demorados nos fazem sentir o coração do outro batendo no mesmo compasso do nosso), beijos e afagos, pedidos silenciosos de perdão, lágrimas de verdadeira felicidade e alegria de estarmos juntos de novo.
É importante superar o que ficou para trás e aceitar que não poderá mais ser vivenciado. As pessoas que um dia acreditei serem insubstituíveis, hoje não são mais. Aprendi a viver sem elas, sem os vínculos de dependência emocional. Hoje sou capaz de inseri-las em minha vida com autonomia e liberdade, pois sei diferenciar quem está ao meu lado e suas motivações.
Posso tudo a partir de agora, mas não posso tudo sozinho. É preciso compartilhar novos tempos, novas atitudes, novos sentimentos e novas histórias.
Sinto falta de partilhar minhas esperanças com as pessoas que cresceram comigo. Mas somente com aquelas que me respeitavam por ser quem eu sou. Jamais vou perder a esperança e a fé em dias cheios de glória. Eles estarão presentes em meus sonhos e sempre que acordo eles se renovam em meu coração. Eu sei e sinto que são viáveis. É exatamente isso que quero deixar de legado para meus descendentes: que sempre é possível reescrever nossas histórias pessoais e que nunca é uma palavra muito cruel para ser dita por um ser humano, assim como o orgulho é um sentimento tão ruim, que pode destruir toda forma de amor.
Corações são feitos para amar e bater forte. São eles que garantem a vida dentro de nós e é dentro de cada um que está guardado a centelha de vida, o amor incondicional e a fé que não se apagará. É assim que renasce o espírito de Natal todos os anos, apoiado na vida que nos foi ofertada, no amor que compartilhamos e na fé que nos sustenta.
Faça valer o seu espírito de Natal neste ano.

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