08 de outubro de 2008

Para sentar aqui e escrever, sinto que preciso estar conectado com a minha intuição e inspiração. Não consigo escrever mecanicamente. É necessário que haja uma motivação e bons motivos para construir um parágrafo. Por vezes, atarefado, aborto essa vontade. Por outras vezes, ela é tão forte que me vejo obrigado a sentar e escrever imediatamente, como faço agora.
Transformar em palavras o que sinto é prazeiroso e libertador. Colocar-me em um blog, um desafio, pois sei que se escrevo aqui, torno-me visível para muitos. Mas não tenho temores ou medos que me impeçam de estar aqui por inteiro.
Sinto que potencializo meus sentimentos e minha percepção do mundo ao escrever. É um exercício simples de partilhar. As questões fundamentais de minha vida tornam-se claras, à medida que "converso" com elas e disponho-me a expandir horizontes em todos os sentidos. A visão que passo a ter sobre tudo, mistura razão, emoção e possibilidades.
Não posso me render a vida, por isso sou impaciente quando sofro. Sinto que preciso perceber a mensagem de cada desafio que enfrento. Esse é o meu objetivo. Não acredito em pragas, karmas ou maldições, mas em aprendizado real. Se acontece comigo, tem valor e faz sentido!
Há poucos dias fiz 47 anos. Ainda sob o impacto da nova idade, me senti muito feliz junto das pessoas que amo e muito confortável diante de minha caminhada. Venho construindo minha vida em bases sólidas, agregando valores e qualidade aos meus sentimentos e ações. Já posso antever meu futuro, e se tudo continuar assim, será interessante e desafiador. Os desafios que a minha geração tem hoje, só os vivenciarei daqui há 10 ou 15 anos. Não serei o mesmo de hoje, terei mais maturidade e "jogo de cintura" para conduzir soluções e acordos.
Estou tomando um bom fôlego para dar o último passo em minha carreira profissional. Será o meu ápice acadêmico. A garantia de que fui muito além do que a maioria dos profissionais de minha geração, e principalmente, por estar mais próximo de completar meio século de vida!
Há tempos atrás reclamava de como a minha vida acontecia de uma forma tão vagarosa. Sentia-me uma excessão dentre a maioria. Era incômodo, pois tinha a sensação que estava fazendo tudo errado. Tudo acontecia tarde. Parecia que eu precisava lutar sem trégua para que os meus desejos acontecessem. Mas o que valia é que aconteciam mesmo! No final das contas, o prazer não estava em conquistar, mas no empenho, dedicação e disciplina para que eles finalmente se concretizassem.
Agora, prefiro ser uma excessão no meio de tudo e de todos. O conceito de normalidade agora é relativo para mim. O que vale mesmo é o aprendizado ao longo de uma vida.
Convivo com muitas pessoas que hoje estão vivendo momentos difíceis e não sabem o que fazer. Ficam revoltadas, amarguradas, passam a desacreditar no presente e se arrastam para o futuro sem esperança. Eu como observador do ser humano, posso até arriscar palpites que expliquem o atual momento que vivem ou os possíveis desafios, mas prefiro me abster. Eu não posso viver outra vida, senão a minha e ponto final.
Até poderia dar sugestões, mas só se for requisitado e se eu tiver vontade. Reconheço que quando falo, sou cuidadoso, mas falo com objetividade e clareza. Gosto de mostrar alternativas e dou ao ouvinte o direito de escolher o caminho que desejar e convier. Muitas vezes, acertamos nas escolhas, outras não. Mas o que posso fazer a não ser viver a minha vida com consciência e desprendimento?
Não podemos mudar o que foi escrito, vivido, feito e falado. Não podemos reviver o que não existe mais, já era! Mas sempre será possível, dar um final mais digno, um futuro melhor a nós mesmos e a quem realmente se importa conosco. Mas para acontecer, lembre-se do significado do perdão. Não é para sair perdoando todo mundo por ai "da boca prá fora" ou se fazendo de bonzinho, se promovendo. Mas para se perdoar. Precisamos nos perdoar e nos libertar de dores que não fazem mais sentido. Puxe a cadeira, tomemos um chá e vamos conversar. Não há mais o que justificar ou explicar. Temos muito em comum e vivemos cheios de possibilidades reais de fazer nossa vida um aprendizado de felicidade. Ninguém é feliz integralmente, mas que bom se pudéssemos estender os momentos felizes por mais tempo e diminuir os efeitos dos momentos difíceis. Assim, poderíamos usufruir intensamente de toda vida que temos agora e fazendo uso apenas do que nos é realmente necessário.
Não dá continuar acreditando que não há possibilidades. Chega de "lacrimórios" sem fim e "trololós" desnecessários.

Comentários

Faber disse…
E caminhemos rumo à superação! É o desafio que nos motiva e nos impusliona adiante!

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