Páscoa: dia do perdão e do renascimento

Quando um novo ano se inicia, nos enchemos de esperança, fazendo-nos acreditar que o futuro será pleno de felicidade, algo absolutamente utópico e irreal, pois se vivêssemos de felicidade, a vida se tornaria um tédio insuportável e desmotivante, sem contar que nos tornaríamos desprovidos do essencial amadurecimento.
Já estamos em março e ao rever minhas metas para 2008, traçadas no último dia de 2007, vejo que algumas são irreais, para não falar, impossíveis, não porque não me sinta capaz ou merecedor de realizá-las, mas depois de 3 meses, perderam o significado e prioridade. O momento mudou e eu também (o que é muito legal).
Na Páscoa revejo metas traçadas, sentimentos e pensamentos, e reinicio 2008 com esperanças renovadas, como se recebesse uma carga extra de energia vital. Sinto que preciso fazer isso para que a Páscoa tenha um verdadeiro significado para mim.
Na Páscoa também me lembro das dores do mundo e me solidarizo com ele. Penso no perdão real e reflito sobre a minha incapacidade de perdoar verdadeiramente, pelo menos ainda. Perdoar exige um esforço grandioso de desprendimento e maturidade para ser verdadeiro. Eu não quero chegar para ninguém e dizer que sei perdoar. Muito menos dizer a quem me magoou que irei perdoá-lo. Seria prepotência demais, e isso não combina comigo. Quero perdoar lá no meu coração, e ele(a) saberá quando eu voltar a olhá-lo(a), como se nada tivesse acontecido. Mas ainda tenho um bom caminho pela frente, pois creio que também seja mercedor de perdão.
Vejo os dramas familiares e peço a Deus que olhe por todos, pois não há sofrimento maior do que sofrer e não saber o por quê de tanta dor, e pior, não saber o que fazer para por um ponto final.
Por vezes, coloco-me na posição de espectador, diante da minha incapacidade de poder ajudar ao próximo. Não que eu não tenha tentado, mas por ter feito muito por eles há tempos, e não ter surtido qualquer resultado visível, percebi humildimente que precisava me afastar. Foi o que fiz, sai aos poucos, e uma vez distante, percebi a complexidade dessas almas e de seu caminhar. Reconheço a minha limitação pessoal para ajudá-las, apesar da angústia ter permanecido até hoje.
Se hoje escrevo sobre a Páscoa, quero deixar uma mensagem de esperança, daquelas para aquecer o coração e trazer um novo significado para a vida. E se temos só uma vida pela frente (tomara que não seja verdade, margaridinha), agradecer ao nosso Deus o que temos e somos torna-se essencial hoje. E eu agradeço o tempo todo, não só hoje, mas o farei por toda minha vida. Obrigado por renascer a cada dia ao longo dos meus 46 anos de vida.
Muito obrigado, de coração.

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