Dias de trovão

Experimento dias de inconformismo e impaciência diante das pessoas. Estou bastante irritado com situações que não mudam, com pessoas que não aprendem e o que é pior, subestimam a minha percepção aguçada, o meu esforço e minha cumplicidade. Não tenho mais idade para tolerar essas atitudes, por isso deixo claro a minha insatisfação e exijo mudanças.
Nesse ponto do embate, lembro-me o que disse para alguém...não espere que o próximo mude, mude você....não deixa de ser uma boa sugestão, mas admito que não é fácil, principalmente, quando a atitude do outro me prejudica e me obriga a expor o meu lado punk autoritário, que fala o que pensa com muita raiva. E olha, não me arrependo quando sei que estou certo. Sei agir com energia sempre que me sentir atingido. Se ainda falo o que penso para o outro, seja calmamente ou em meio a um ataque de raiva, é um bom sinal pois demonstra que ainda me importo, que ainda respeito e ainda amo.
Quando fico ausente e indiferente ao próximo, é porque adormeci meus sentimentos para me preservar. Quem já experimentou esssa estratégia, sabe o que estou dizendo. Não pense que é um caminho sem volta, ou uma porta que se fecha. Mas para que eu volte a nutrir um sentimento verdadeiro, assuma suas limitações, dificuldades e medos, e você me terá a seu lado.
Admito que ainda vou de um extremo a outro com uma rapidez meteórica. A diferença agora é que sei o quero e o que não quero para minha vida. Tornei-me mais exigente e racional em minhas escolhas. Não poderia viver um futuro infeliz, pois já vivi momentos de muita aridez. Certamente se tivesse a percepção que tenho hoje e a maturidade, tomaria as mesmas decisões, mas não me permitiria sofrer tanto pelo próximo.
Os dias estão repletos de tensão no ar. Sinto a impaciência crescer diante da imobilidade do outro de reagir ou de perceber o mal que isso me faz. Por isso reajo com intensidade. Sinto uma fúria que vem chegando em camadas, lá de minhalma, clamando para explodir. E por isso, tomo atitudes firmes e determinadas. Estou seguro do que faço e falo, pois observo antes cada detalhe para depois entrar em ação. Não me peça para relevar nada, pois não te darei ouvidos. Quando decido agir, tenho plena consciência do que estou fazendo. Minhas ações e atitudes apoiam-se em decisões embasadas na sutil percepção de minhas necessidades pessoais para ser feliz, por mais utópica que a felicidade possa ser.
Sinto-me egoísta agindo dessa forma, mas eu tenho esse direito! Não estou disposto a me justificar com ninguém.
Lembro-me agora das muitas vezes que falei...não peça ao ser humano aquilo que ele não é capaz de ofertar...Legal, mas como fica quando sabemos que o outro é capaz de fazer e não faz? Chegamos a uma encruzilhada: ou nos conformamos com migalhas ou vamos buscar a felicidade a todo custo, mesmo que isso represente, de acordo com o momento, expressar toda a nossa insatisfação e exigir o direito que nos cabe de tirar o melhor proveito da vida.

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