Decisões acertadas

Muitas vezes ao tomar uma decisão corajosa, sinto que tremo por dentro. Tremo por me sentir seguro demais, o que não acho ser muito normal. A insegurança está presente na vida de todos nós, por isso estranho quando não me sinto inseguro.
Tomar decisões corajosas e conscientes me deixam feliz. Para muitos estou perdendo bens materiais que conquistei há muito tempo. Mas não me sinto perdendo nada, considerando que nunca me senti dono absoluto de tudo que conquistei. É muito bom renunciar pensamentos e palavras negativas, como já escrevi aqui, mas por mais fácil que possa parecer, renunciar a bens materiais, ainda é difícil para a maioria das pessoas, que valorizam em demasia suas posses e conquistas, mesmo sabendo que poderão perdê-las a qualquer momento.
Por isso, em nome do meu bom senso e de minha saúde mental, renuncio sem arrependimentos. Por mais que não entendam, a minha atitude me retira dos ombros anos de opressão que vivi no passado. Era muito ambicioso e nunca estava satisfeito com minhas conquistas pessoais e materiais. Concorria comigo mesmo. Eu era aquele cachorro que corria atrás do rabo, cada vez mais rápido, até que cai de tonto. No meio da tontura, com tudo girando, fui percebendo que não chegaria a lugar nenhum, e passei a focar novos caminhos: a minha espiritualidade e meu encontro com o papel que teria no mundo.
Hoje ao conversar com um amigo, certifiquei-me ainda mais que tinha tomado a decisão acertada. Ele me colocou que comprou o carro dos seus sonhos. O motor é 1.8, o modelo é flex e esportivo e está cheio de opcionais (banco de couro, ar, direção, etc). Disse também que realizava um sonho e que há tempos namorava o carango.
Depois que pegou o carro, saiu com a mulher e o filho e se sentiu feliz, muito feliz, principalmente com os olhares curiosos e de admiração. Meu carro é lindo e todos estão "babando".
O motor robusto e macio fazia o carro chegar aos 100km/hora num pulo.
Moral da história (estória): depois de uma semana está desiludido com a compra. Só usa o carro para ir ao trabalho e retornar à casa. Da mesa no escritório fica curtindo o carro estacionado. E da janela da casa, fica aflito olhando sempre que pode para ver se não foi arranhado por um invejoso.
Reconheceu corajosamente que comprou com a emoção. Homens e meninos são iguais. Comprar um carinho de brinquedo ou um carro de verdade nos enchem os olhos, mas logo depois que os temos em mãos, eles perdem o encanto, como se não servissem para nada. Mas serviram para suprir uma necessidade, momentânea de nos sentirmos grandes.
Agora, resta reconhecer que o que nos torna poderosos é a coragem de assumir tudo de certo e errado que por impulso fazemos desde criança.
"Por mais que pareça pequeno aos olhos do outro, sinto-me grande diante de mim mesmo e agradecido ao Deus que me criou".

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